Estudo do BC mostra que população usou auxílio
emergencial para consumo.
A
simulação da autoridade monetária sugere que apenas uma pequena parcela do benefício
foi destinada à poupança.
O Banco Central trouxe, no relatório de inflação
divulgado nesta quinta-feira (24), um estudo que avalia o impacto do auxílio emergencial, pago pelo
governo àqueles que perderam renda com a pandemia do novo coronavírus, no
consumo.
A pesquisa mostrou que grande parte dos valores
recebidos foram utilizados pela população para fazer compras.
Segundo o BC, a
simulação sugere que apenas uma pequena parcela do benefício foi destinada à
poupança.
"A análise sugere que o auxílio emergencial
ajudou a sustentar o consumo durante os primeiros meses de impacto da pandemia.
Nesse caso, o fim
do programa pode contribuir para a desaceleração do consumo das famílias, ainda
que de forma temporária", diz o texto.
O levantamento mediu o impacto do auxílio
emergencial sobre o consumo a partir das compras com cartão de débito.
Para
fazer a simulação, o BC mediu a importância do auxílio por município e o
aumento das vendas entre abril e julho, na comparação com janeiro e fevereiro.
Na simulação da autoridade monetária, o auxílio
emergencial teria contribuído em 10,3 pontos percentuais o consumo no período,
que cresceu 0,3%.
Pelo modelo, a média obtida foi de 0,83 ponto
percentual. Isso significa que em uma cidade em que o auxílio emergencial
representa 1 ponto a mais em sua renda, a população comprou 0,83 pontos a mais
que um município similar com menor dependência do socorro do governo.
De acordo com o documento, no entanto, o benefício é mais relevante em
municípios com maior proporção de trabalhadores informais –que tiveram mais
prejuízos com a pandemia
FOLHA DE SÃO PAULO