Dirigentes e profissionais
de entidades fechadas na tentativa de entender melhor o seu público mais maduro
e, feito isso, de melhor se comunicar com ele, têm duas coisas a fazer,
principalmente. A primeira é pesquisar muito para conhecer melhor as demandas
do grupo e, a segunda, usar todas as mídias. “Hoje e cada vez mais tornou-se
preciso usar todos os canais”, resume Renato Meirelles, Presidente do Instituto
Locomotiva.
A terceira coisa a fazer
quem aponta é Henrique Noya, diretor-executivo do Instituto de Longevidade
Mongeral Aegon: é estabelecer um alto grau de empatia com o público. E para ser
empático não basta conhecer o grupo e ser aceito por ele, é necessário também
não se deixar guiar por estereótipos, como a de que todo idoso é geralmente
alguém sozinho, o que frequentemente não é verdade. E para não se deixar levar
pelas ideias preconcebidas, retorna-se à necessidade de se fazer pesquisas.
Mesmo porque as pessoas
têm particularidades que as tornam diferentes dentro do grupo. E partindo dessa
ideia, Noya sugere aos dirigentes e profissionais de entidades fechadas algumas
formas de pensar e proceder em relação aos mais maduros: deixe o idoso ser
visto como ele realmente é, valorize a sua idade real, entenda-o e não insista,
ofereça dicas aceitando que ele muitas vezes têm vergonha de pedi-las e não o
trate como se fosse um dependente.
Internet - E mais que tudo, volta
Renato Meirelles fornecendo dados de pesquisa, não acredite que o público
maduro está de costas para o mundo digital. A verdade é bem outra e dirigentes
e profissionais de entidades fechadas precisam estar atentos.
Nos últimos 8 anos o
Brasil ganhou 4,8 milhões de internautas com mais de 60 anos. Foi um salto e
tanto. Em 2008, eles eram 364 mil e atualmente já somam 5,2 milhões, um contingente
que movimenta R$ 330 bilhões na economia, cifra que corresponde a nada menos de
38% da renda total da população que se encontra nessa faixa etária.
Prossegue Meirelles
explicando que perto da metade desse público adicionado à internet tem entre 60
e 62 anos. E 2 a cada 10 pessoas já passaram dos 70 anos de idade. Ao
redor de 60% desses internautas idosos está na região Sudeste, 18% no Sul, 13%
no Nordeste, 6% no Centro-Oeste e 3% no Norte.
A imensa maioria desses
idosos (76%) pertence às classes A e B, 23% à C e 1% à D e E. Nesse ponto é
preciso lembrar que, pela classificação brasileira, a maioria dos participantes
de EFPCs exibem renda suficiente para serem classificados ao menos como classe
B.
Nove em cada 10 acessam a rede utilizando PCs ou notes, mas 44%
preferem smartphones e 17% os tablets.
Diário dos Fundos de Pensão