SRO: CNseg e Susep suspendem disputa na
Justiça numa tentativa de solução conjunta.
Depois de um embate que chegou
aos tribunais com reguladas de seguros contra o órgão regulador, a situação
ganha um novo episódio. Uma trégua de 90 dias.
As discussões, que já duram mais
de dois anos, giram em torno do Sistema de Registro de Operações de Seguros,
que neste novo mundo de siglas é conhecido como SRO.
De maneira simples, é um
sistema no qual as seguradoras enviam informações para a Susep (Superintendência
de Seguros Privados), vinculada ao Ministério da Economia, com intuito de
aprimorar a regulação das empresas e garantir que o consumidor tenha seus
direitos resguardados.
O SRO, instituído pela Resolução
CNSP n°383, de 20 de março de 2020, prevê o envio de dados das seguradoras por
meio das registradoras de operações de seguros, previdência complementar
aberta, capitalização e resseguros à Susep.
No entanto, as informações
enviadas pelas seguradoras passam por registradoras, que enfrentam problemas
para unificar a linguagem tecnológica e fazer com que os dados cheguem à Susep.
Para complicar, a empresa que
faria esta comunicação entre as registradoras e a Susep não conseguiu cumprir
as exigências e o contrato foi rescindido.
Além disso, uma das certificadoras,
a B3, praticamente dominou o mercado com cerca de 90% dos contratos, ofertando
um valor para as seguradoras que suas concorrentes não
acompanharam.
Diante desses agravantes, CNseg (Confederação
Nacional das Seguradoras) e a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de
Seguros Privados e de Capitalização), em abril ingressaram com ação civil
coletiva pleiteando a suspensão do registro de seguros, uma vez que ele não
estava funcionando e sequer tinha data prevista pelas certificadoras de quando
o processo seria concluído.
O pedido de liminar de suspensão do SRO foi
indeferido.
A CNseg recorreu com agravo de
instrumento e o recurso foi distribuído para 12ª Turma do TRF4, com relatoria
designada ao Desembargador Luiz Antonio Bonat. O prazo médio de julgamento
neste caso em média leva de 5 a 8 anos.
Uma situação inviável para todo
o setor, que vive um momento de forte crescimento e mudanças, tendo como
objetivo chegar a 2030 com uma penetração no PIB do Brasil de 10%, segundo
o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PMDS).
Hoje o setor tem um peso de 6,4%.
A Susep, por sua vez, tem um
novo titular, Alessandro Octaviano, muito dedicado a achar um consenso. Assim,
CNseg e Susep iniciaram tratativas para encontrar uma solução dar vazão ao
crescimento do setor numa base transparente, tecnológica e que seja factível
diante dos parrudos investimentos necessários para que o SRO vire
realidade. Ambas protocolaram pedidos e o Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF4) deferiu a suspensão do processo.
SONHO SEGURO