“A OABPrev-SP é um case de sucesso
a ser repercutido”. As palavras são de Carlos de Paula, secretário de Políticas
de Previdência Complementar, que comanda o órgão do Ministério da Previdência
Social responsável pela formulação e pelo acompanhamento de políticas e
diretrizes do sistema fechado de previdência complementar brasileiro. Ao OABPrev
Informa de Paula disse que o êxito do fundo da advocacia decorre de
“governança, estratégia adequada, comunicação excelente e credibilidade dos
instituidores”, além de um item fundamental: “O produto é bom”.
Com 38 mil participantes e patrimônio de
R$ 420 milhões, a OABPrev-SP registrou 5 mil novas adesões em 2015, ritmo
excepcional no caso de planos com uma década de existência. Instituído em 2006
pela OAB-SP e pela CAASP, o fundo hoje congrega profissionais inscritos nas
secionais da OAB de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio
Grande do Norte e Sergipe, além de São Paulo.
A OABPrev-SP destaca-se num setor em
franca evolução – o dos chamados fundos instituídos de previdência
complementar, aqueles formados por trabalhadores vinculados a associações ou
órgãos de classe, sindicatos e cooperativas. Segundo o último Informe da
Previdência Complementar, estudo divulgado em janeiro de 2016, o número de
adesões anuais a esses fundos cresceu 300% em 10 anos: de 8,9 mil em 2005 para
32,3 mil em 2014.
“Esse desempenho pode ser surpreendente
para alguns, mas é desdobramento de uma política de Estado consolidada com as
Leis 108 e 109, ambas de 2001, e da democratização dos fundos de pensão por
meio dos fundos associativos”, explica Carlos de Paula, que antes de assumir a
SPPC foi diretor-superintendente da Previc (Superintendência Nacional de
Previdência Complementar).
Se o desempenho dos fundos instituídos
pode ser considerado excelente, seu potencial de crescimento é extraordinário.
Hoje, a população protegida por planos dessa modalidade é de 500 mil pessoas no
Brasil, enquanto 29,5 milhões de brasileiros integram entidades de classe e cooperativas.
“Existem 16 mil entidades que poder criar seus fundos instituídos no Brasil. O
espaço para crescer é muito grande”, observa de Paula.
Os fundos instituídos detêm patrimônio R$
3 bilhões e pagam benefício médio de R$ 3,8 mil. “O sistema tem cumprido seu
papel”, assinala o secretário de Políticas de Previdência Complementar. “O
desafio é preparar o sistema para a nova geração e para a mudança demográfica
por que passa o país: estamos vivendo mais e queremos viver com dignidade”,
salienta.
Segundo Carlos de Paula, o avanço
patrimonial dos fundos previdenciários instituídos “está em linha com as
melhores práticas do sistema”, pelas quais os investimentos seguem uma conduta
que prioriza rentabilidade e segurança e busca vencer o atual ciclo desafiador
da economia. “O mundo está passando por isso - esta não será nossa última crise
econômica. A despeito da conjuntura, a previdência complementar precisa ser
estimulada”, pondera.
De acordo com o Informe da Previdência
Complementar, o Regime de Previdência Complementar, este reunindo os fundos de
pensão em geral – instituídos e patrocinados – era operado por 316 entidades
fechadas ao término de 2014, quando contava com 1 mil planos previdenciários a
acumular R$ 698,7 bilhões em ativos, cerca de 12,6% do PIB brasileiro.
Não raro, a imprensa publica manchetes
anunciando “rombos” em fundos de pensão, insistindo nesse termo incorreto mesmo
diante dos esclarecimentos de especialistas. Alguns jornalistas desprezam,
entre outros fatores, o caráter fundamental dos fundos previdenciários – o
longo prazo – e se apegam a perdas ocasionais decorrentes da volatilidade do
mercado. “Há déficits e superávits, mas está longe de haver rombo. Durante um
período de acumulação, existe uma série de premissas que não se confirmam. Pode
haver desequilíbrios. A Previc verifica se o desequilíbrio é conjuntural ou
devido a alguma prática incorreta. Hoje, os déficits são reflexo de uma
situação da economia”, explica Carlos de Paula.
OABPrev-SP