Brancos recebem 67,7% a mais por hora de trabalho
do que negros
Diferença de
remuneração entre raças aumenta, diz IBGE; pretos e pardos são maioria em
serviços domésticos
Brancos receberam em média R$ 23,02 por hora
de trabalho no Brasil em 2023, quantia 67,7%
superior a da população negra (R$ 13,73).
No ensino superior, nível de
instrução com os maiores rendimentos e a maior diferença entre as raças, a
disparidade por hora foi de 43,2%, com brancos ganhando R$ 40,24 e negros, R$
28,11.
É o que revelam dados divulgados nesta quarta-feira
(04) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os números fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais.
A publicação analisa
estatísticas de fontes como a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua), também produzida pelo IBGE.
Em relação a 2022, a diferença aumentou. Naquele
ano, brancos receberam em média R$ 20 por hora de trabalho, enquanto pretos ou
pardos, R$ 12,40 —uma diferença de 61,4%.
No rendimento médio real, calculado com base nos
ganhos mensais, brancos receberam R$ 3.847 em 2023. A quantia foi 69,6%
superior a de negros ganharam (R$ 2.264).
Negros são maioria em serviços
domésticos e agro; brancos em trabalhos ligados à informação
Em 2023, os trabalhadores negros foram maioria nos
setores da construção (65,7%), serviços domésticos (66,1%) e agropecuária
(60,9%).
Os brancos tiveram maior participação em trabalhos relacionados à
informação e serviços financeiros, na indústria (45,7%) e administração
pública, educação, saúde e serviços sociais (48,5%).
Segundo o IBGE, as áreas da indústria,
administração pública e informação tiveram rendimento médio de R$ 2.859, R$
4.157 e R$ 4.227 em 2023.
Entre os grupos de atividades listados pelo
instituto, os três foram os mais bem remunerados.
FOLHA DE SÃO PAULO