PRODUÇÃO DE VINHO


Produção de vinho francês é arrasada por intensa geada.

Além do impacto da pandemia de Covid-19, vinícolas do país sofrem com alta de impostos dos Estados Unidos.

Uma geada repentina, a pior em algumas décadas, arrasou a indústria de vinhos da França, já abalada pelo impacto da pandemia de coronavírus e o que é chamado pelos viticultores de "imposto de Trump".

Velas e pequenas fogueiras tremulavam pelos vinhedos e pomares na semana passada, revelando o desastre, enquanto os produtores tentavam de tudo para afastar o frio que queima a vida nos brotos das plantas. 

Uma camada de fumaça das fogueiras se formou sobre Lyon e áreas do sudeste do país.

Quando a onda de frio terminou, a destruição tinha se espalhado pela maior parte das regiões vinícolas da França, incluindo o Vale do Rhone (Ródano), Bordeaux, Borgonha, Champagne e Loire. 

Jean-Marie Barillère, diretor de uma importante associação de produtores de vinhos, disse ao jornal francês Le Figaro que a geada atingiu "80% dos vinhedos franceses".

O gelo se seguiu a um período de clima moderado, por isso a queda da temperatura pegou de surpresa a região rural do país. 

Os vinhedos foram os mais atingidos, mas amendoeiras e árvores frutíferas também sofreram impacto, assim como outras culturas, incluindo beterraba e colza.

Havia grande comoção nas regiões vinícolas da França, a alma do país de muitas maneiras.

"Ouvi alguém dizer que foi como perder um membro da família", disse ao Figaro Eric Pastorino, presidente da "appellation" Côtes de Provence, uma área vinícola legalmente definida e protegida. 

"Pode parecer infantil, mas se aproxima do que estou sentindo. Talvez só os viticultores possam compreender esse sentimento, mas nos vimos nos vinhedos de manhã com lágrimas nos olhos."



FOLHA DE SÃO PAULO
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