Convocado pela plataforma NO+AFP, em
Santiago, o gigantesco protesto percorreu a Alameda O'Higgins, tendo reunido o
apoio de associações de estudantes, de sindicatos, da Frente Ampla – composta
por diversos partidos e movimentos de esquerda – e das Juventudes Comunistas,
entre outras organizações.
Ao cabo de oito meses de protesto,
intensificam-se as marchas contra o sistema privado de pensões gerido pelas
Administradoras de Fundos de Pensões (AFP), imposto em 1981, durante a ditadura
de Pinochet (1973-1990). Para além de Santiago, também ocorreram mobilizações
em cidades chilenas como Arica, Concepción, Antofagasta, Valparaíso, Puerto
Montt, Temuco e Talca, informa a Prensa Latina.
Para os trabalhadores chilenos, o
atual sistema não garante uma velhice digna e é «sanguessuguista», tendo em
conta os descontos que são obrigados a fazer para um bolo gerido por empresas
privadas e as baixas aposentadorias que recebem no final da sua vida laboral –
abaixo do salário mínimo. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) confirma este dado, acrescentando que o Chile é, dos
países-membros, o que tem o nível mais baixo de pensões.
Luis
Mesina, líder da plataforma NO+AFP, mostrou-se satisfeito pelo «histórico apoio
recebido» ontem nas ruas do país austral e, depois de ter denunciado, em
mobilizações sucessivas, a «vergonha» de um sistema de poupanças «em que as AFP
acabam por pagar pensões de miséria», desafiou a presidente do Chile, Michelle
Bachelet, a aceitar as propostas do seu movimento, que procura pôr fim ao
sistema AFP.
Abril