Endividamento dos brasileiros volta a crescer.
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia
da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) realizado no mês passado apontou que o
endividamento dos brasileiros mais pobres voltou a subir e atingiu um patamar
recorde.
De acordo com o estudo, 22,3% da população com
renda de até R$ 2.100 já se encontra endividada. Os principais motivos que
levaram a essa situação são a redução do valor do Auxílio
Emergencial e o crescente índice de desemprego ocasionado pela
pandemia de coronavírus.
O levantamento aponta ainda que, em sua série
histórica que começou em maio de 2009, esse mesmo nível de endividamento dos
brasileiros pertencentes a classe mais baixa só foi observado em junho de 2016.
Na época, o país enfrentava um período de grande turbulência política e
econômica devido ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Endividamento dos brasileiros é
registrado em todas as classes sociais
Embora o endividamento dos brasileiros tenha
crescido em todas as faixas de renda, a situação é mais dramática para as
famílias mais pobres.
Isso acontece porque esse grupo apresenta uma menor
capacidade de construir uma poupança para
lidar com imprevistos financeiros.
Situação deve piorar nos próximos
meses
Segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre desemprego no país, a taxa
de desocupação chegou a 14,4%, o que corresponde a 14,4 milhões de brasileiros
desempregados, o maior patamar já registrado.
Com o mercado de trabalho fraco e uma economia
longe de dar sinais de melhora, o esperado pelos analistas é que a situação
piore ainda mais nos próximos meses.
A redução do valor do auxílio emergencial
e do número de famílias beneficiadas ajudam a aumentar o endividamento dos
brasileiros.
Somente entre fevereiro e março
deste ano, o Serasa registrou 1 milhão de novos inadimplentes no país.
Atualmente, o número está em 62,56 milhões de pessoas. Este foi o segundo maior
avanço mensal de toda a série histórica.
De acordo com o Serasa, os maiores vilões do endividamento dos
brasileiros são os gastos com cartão de crédito e as contas básicas, como água
e luz.
INSTITUTO MONGERAL AEGON