O PRIMEIRO DESAFIO DE LULA
Passadas as
eleições, Lula e sua equipe terão entre os
primeiros passos na economia o desafio de fazer articulações políticas que
permitam uma solução concreta para o Orçamento de 2023.
Entenda: o texto encaminhado ao Congresso não prevê o Auxílio de R$ 600 –
que teria um custo de R$ 52,5 bilhões a mais em relação ao
benefício de R$ 405 que está na proposta– nem outros gastos, como reajustes
para servidores e aumento real (acima da inflação) para o salário mínimo.
As tarefas na Economia
- A transição: é a hora de começar a formar a equipe, e os quadros
escalados para a economia têm atenção especial do mercado, porque sinalizam
como será conduzida a agenda durante o mandato. O PT tem ao menos dois nomes
dados como certos para participar da transição:
- A presidente do partido,
Gleisi Hoffmann, uma das cotadas para o Ministério do Planejamento, que
será recriado.
- O deputado federal Alexandre
Padilha (PT-SP), que é cotado para comandar o Ministério da Fazenda.
- Licença para
gastar: para colocar as novas despesas projetadas no Orçamento, o
Congresso terá de aprovar uma licença para gastar.
- Certos integrantes do PT
dizem que o valor adicional deve ficar acima de R$ 200 bilhões,
mais do que os R$ 100 bilhões defendidos por algumas casas no mercado
financeiro.
- Bráulio Borges e Manoel
Pires, da FGV, estimaram um custo potencial de R$ 125 bilhões com despesas
extras (entre elas os R$ 600 do Auxílio, o reajuste dos servidores e a
revisão de gastos de custeio da máquina e investimentos).
- Nova âncora
fiscal: as despesas adicionais não caberão no teto de gastos, mecanismo
cuja reforma foi citada por todos os presidenciáveis.
- Ele sugere um mecanismo em
que o presidente eleito definirá, em seu primeiro ano de mandato, qual
deve ser o nível de gastos para os próximos anos.
Além de mudar o
Orçamento, o governo Lula 3 precisará de reformas estruturantes no combate à
pobreza
FOLHA DE SÃO PAULO