Com as
discussões sobre as mudanças na previdência pública, as pessoas passaram
a dar mais atenção a este assunto nas empresas. Assim, o benefício
passou a ser mais valorizado pelos funcionários.
Mais de metade das companhias no Brasil, 56%, já oferecem planos
de previdência complementar, segundo a consultoria Aon.
A Pesquisa de Benefícios da Aon contou com a participação de 536
empresas. A maior parte da amostragem (65,9%) representa empresas brasileiras.
Mas também foram ouvidas multinacionais dos Estados Unidos (12,9%), França
(4,2%), Alemanha (2,8%), entre outros países. No Brasil, 82,8% das
empresas estão localizadas na região Sudeste e 14,6% na região Sul.
“A previdência privada garante uma proteção adicional aos
trabalhadores. Além disso, um programa de educação previdenciária promovido
pelas empresas tem papel fundamental neste contexto”, explica Roberta Porcel,
líder de consultoria em previdência e serviços atuariais na Aon Brasil.
Atualmente, 70% das empresas que oferecem este benefício escolhem
viabilizar a contribuição com um percentual fixo do salário dos colaboradores.
Na média, esse valor representa 5,7% da remuneração.
Esse modelo de viabilização é o mais procurado porque é o mais
simples, diz a consultoria.
Formato
Os planos oferecidos pelas empresas podem ter três formatos
distintos.
No modelo de benefício definido, o valor da aposentadoria é fixo e
as contribuições podem variar até chegar ao montante necessário para se
aposentar. Cerca de 46% das empresas que oferecem o benefício têm esse modelo.
Já no modelo de contribuição definida, o valor da contribuição é
fixo e o valor do benefício é determinado no momento da aposentadoria. Ele é
escolhido por 45% das empresas.
Por fim, para o programa de contribuição variável as duas
modalidades são combinadas. São 9% dos casos, de acordo com a consultoria.
O risco de oferecer o benefício definido e fixo durante toda a
aposentadoria é maior, por conta da maior expectativa de vida da população.
“Por isso, a prevalência dessa modalidade vem diminuindo ao longo dos anos”,
afirma Roberta Porcel.
Investimento
Os modelos de investimento também mudam de caso a caso. A maior
parte das companhias (61%) prefere investir na previdência privada aberta, onde
os planos (PGBL, VGBL e FGB) são comercializados por bancos e seguradoras.
Por outro lado, 20% das empresas optam pela previdência fechada
viabilizada por um fundo multipatrocinado, também comercializados pelas
seguradoras. Apenas 19% escolhem a previdência fechada por meio de um fundo
próprio.
Revista EXAME