O Grupo Caoa se prepara para assumir a
fábrica de caminhões da Ford, em São Bernardo do Campo (SP). A ideia é produzir
os veículos pesados sob licença da marca norte-americana, que decidiu fechar as
portas da unidade justamente por registrar prejuízo no segmento de pesados,
mesmo tendo 12% desse mercado.
Essa negociação é considerada passo ousado:
ainda não há sustentação de acionistas americanos da Ford; não há ainda
garantia de que, em caso de repassar o negócio, a matriz da Ford concorde em
repassar a licença total de operação de seus produtos para uma marca terceira;
por fim, os motores dos caminhões produzidos até então pela Ford não se adequam
às novas normas de consumo emissões e poluição brasileiras (Proconve P8), que
entra em vigor em 2023.
Ou seja, mesmo que tudo dê certo na transação
com os americanos, será preciso investir milhões em uma nova geração de motores
após esse período, estratégia bastante arriscada em um segmento que se estreita
cada vez mais nos últimos anos. Ainda assim, o Grupo Caoa -- que concretizou
aliança com a chinesa Chery há apenas um ano -- está disposto a concretizar
esta outra a operação.
Uol