INFLAÇÃO


Inflação da cesta básica salta de 13% para 21% em março; veja ranking.

Alta, cumulada em 12 meses, resulta de clima adverso, preço de fretes e guerra na Ucrânia.

inflação dos alimentos que compõem a cesta básica disparou em março no Brasil. 

Com isso, superou a marca de 20% no acumulado de 12 meses, indica estudo de professores do curso de economia da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

A alta de preços veio em um contexto de pressões do clima adverso, do encarecimento dos custos de fretes e da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Na passagem de fevereiro para março, a inflação da cesta básica acelerou de 2,02% para 5,27% no Brasil. 

Assim, a alta acumulada em 12 meses também teve um salto: de 12,67% para 21,46%.

A variação mais recente corresponde a quase o dobro do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em 12 meses até março, o índice geral acumulou inflação de 11,30%, a mais intensa desde outubro de 2003 (13,98%).

De acordo com o economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso de economia da PUCPR, a alta da cesta básica reflete uma combinação de fatores.

O primeiro é o clima adverso vivido em parte do Brasil nos últimos meses. Chuvas fortes no Sudeste e seca no Sul danificaram plantações.

Assim, os fenômenos extremos restringiram a oferta e impactaram os preços de parte dos 13 produtos que compõem a cesta.

Além disso, março marcou a fase inicial dos reflexos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia.

O conflito aumentou as cotações do trigo, pressionando no Brasil os preços de alimentos como o pão francês, um dos componentes da cesta, indica Bittencourt.

Por fim, a disparada dos combustíveis em março também gerou efeitos indiretos sobre os alimentos, de acordo com o professor. 

É que a inflação do óleo diesel eleva os custos com transporte de mercadorias, incluindo a comida.



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br