Copom tende a gerar ajuste de
alta nos juros futuros curtos e médios, dizem analistas.
Colegiado
manteve Selic em 13,75% e divulgou comunicado que gerou dúvidas entre
economistas.
As
taxas dos contratos futuros de juros tendem a passar por ajustes de alta na
quinta-feira (4), em especial entre os vencimentos com prazos curtos e médios,
após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central, avaliaram profissionais ouvidos pela Reuters.
Nesta
noite de quarta-feira, o colegiado manteve a taxa básica Selic em 13,75% ao ano e divulgou um
comunicado que gerou dúvidas entre economistas do mercado financeiro.
Enquanto
alguns avaliaram que o tom do documento foi mais brando (ou dovish, na
linguagem do mercado), outros enxergaram um discurso ainda duro (ou hawkish).
Entre
as diferentes avaliações, no entanto, a percepção era de que o comunicado
deixou pouca ou nenhuma margem para que o início do ciclo de corte de juros
ocorra já no próximo encontro do Copom, marcado para junho.
"Tinha
uma leitura anterior de que havia chance de a taxa começar a cair em junho.
Depois deste comunicado com linguagem mais dura, a chance de junho diminuiu
muito. É praticamente zero", resumiu o economista-chefe da Órama,
Alexandre Espirito Santo.
No comunicado, o Copom voltou a pontuar que poderá retomar o
ciclo de alta da Selic caso o processo de desinflação não ocorra como esperado.
No entanto, o colegiado acrescentou uma frase ressaltando que este é o
"cenário menos provável".
Ao qualificar a possibilidade de novas altas de juros como
"menos provável", o Copom de certo modo amenizou seu discurso, na
visão de alguns economistas.
FOLHA DE SÃO PAULO