CORONAVIRUS


'Nunca vivemos uma interferência política tão extrema na saúde pública', diz Dimas Covas.

Às vésperas do 120º aniversário do Butantan, diretor critica preparação do Brasil para pandemias e a atuação do governo no enfrentamento da Covid-19.

O Instituto Butantan completa, nesta terça (23), 120 anos, num momento em que sob os holofotes —na imprensa, na boca do povo e no meio de uma disputa com o governo federal. 

A vacina contra a Covid-19 que a instituição desenvolve com a farmacêutica chinesa Sinovac continua sendo alvo de disputa entre o governo de São Paulo, liderado por João Doria (PSDB), e o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e não só foi a primeira a ser aplicada no Brasil como é a que está disponível em maior quantidade no país.

A tradição na produção de vacinas é antiga. 

Ao longo de sua história, o instituto se destacou como um dos principais produtores de vacina no país e, junto à BioManguinhos, da Fiocruz, fornece cerca de 75% de todas as vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde.

Às vésperas dessa celebração, o diretor do Instituto Butantan, o médico Dimas Tadeu Covas, 64, disse à Folha que o Brasil não tem se preparado para enfrentar pandemias como a que vivemos e que falta visão estratégica em relação a essas ameaças. 

Também afirmou que a interrupção das campanhas de vacinação não se deve à logística, mas à falta de planejamento, e fez duras críticas à atuação do governo federal na pandemia.



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br