SAÚDE MENTAL


Precisamos tratar abuso contra crianças na internet como uma pandemia, diz ativista britânico.

Casos de violência contra menores de idade na internet cresceram 87% desde 2019, segundo relatório; IA preocupa.

A violência contra crianças na internet ultrapassa fronteiras, está em alta e, por isso, deve ser enfrentada como se fosse uma pandemia, diz o diretor-executivo da aliança global WeProtect, Iain Drennan. 

"Como podemos prevenir e impedir que isso aconteça?" é a questão essencial.

"Há chances de uma criança no Brasil se tornar alvo de um criminoso do Reino Unido", exemplifica o ativista. Nenhum governo é capaz de enfrentar esse problema sozinho, acrescenta.

A WeProtect reúne 102 países, 67 empresas, 93 organizações da sociedade civil e dez organizações intergovernamentais para traçar estratégias contra abusos dirigidos a menores de idade. Irlandês, Drennan conversou com a Folha, via videoconferência, de Londres, onde fica baseado o escritório da aliança.

O grupo detectou um aumento de 87% nos casos relatados de violência sexual e psíquica contra crianças e adolescentes nas redes entre 2019 e 2022, em revisão de dados com fontes como Unicef e a Representação Especial do Secretariado-Geral da ONU sobre Violência Contra Crianças. 


As ameaças incluem assédio, criação de imagens sexualizadas com uso de inteligência artificial e extorsão —apenas em 2022, foram cerca de 32 milhões de episódios.


Entre os riscos para crianças e adolescentes no horizonte da internet, a entidade destaca as plataformas de inteligência artificial geradoras de imagem, uma vez que elas permitem que criminosos criem cenas erotizadas de menores de idades.



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br