Pressionados pelo
governo, os bancos assumiram o compromisso de adotar novas regras para o cheque
especial com objetivo de reduzir os juros aos clientes. A iniciativa
foi revelada, ontem, dia 16, pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
A ideia é que essa modalidade seja usada por um tempo limite, para evitar que a
dívida vire uma bola de neve.
“O cheque especial é um
instrumento que tem de ser estudado e a Federação Brasileira dos Bancos
(Febraban) está avaliando mudanças”, disse Ilan. “A gente está de olho e, às
vezes, é bom que o BC não precise editar norma nenhuma e deixe o sistema
fazer”, disse. No entanto, segundo ele, se a iniciativa não avançar, o BC
adotará medidas para reduzir as taxas.
No ano passado, o governo já
havia determinado mudanças nas regras do rotativo do cartão de crédito para
evitar o aumento da dívida. Com a mudança, o consumidor só pode fazer o
pagamento mínimo de 15% do cartão por um mês. Na fatura seguinte, o banco não
pode mais rodar a dívida. Ou o cliente paga o valor total ou precisa parcelar a
dívida em outra linha de crédito. Ou seja, a dívida só pode “rodar” uma vez. A
restrição foi criada para coibir o uso do rotativo e obrigar os bancos a
oferecerem uma solução de parcelamento para o cartão com juros mais baixos.
Outra iniciativa do Banco Central tenta reduzir o custo
para o lojista aceitar o cartão de débito. Ilan disse que tem conversado com
varejistas e instituições financeiras para tentar baratear o recebimento desse
meio de pagamento. A intenção é reduzir o porcentual pago pelo lojista. Em
2016, esse custo ficou, na média, em 1,52% do valor da compra. Apesar do
aumento da concorrência, esse porcentual praticamente não caiu: era de 1,58% em
2008. Há bancos que cobram mais de 2% de cada compra para receber no débito.