CEOS BRASILEIROS


Os presidentes das maiores empresas do Brasil com ações na Bolsa ganham, em média, R$ 15,3 milhões ao ano.


O cálculo considera a remuneração das 83 companhias de capital aberto que integram hoje o Ibovespa –o índice das ações mais negociadas.

São considerados salário fixo, salário variável (bônus e participação nos lucros), plano de ações (stock options) e benefícios pagos no ano.

Os mais bem pagos:

  1. Milton Maluhy Filho, do Itaú Unibanco (R$ 67,7 milhões);
  2. Jorge Fontoura de Lima, da Hapvida (R$ 67,4 milhões);
  3. Gilberto Tomazoni, da JBS (R$ 58,1 milhões);
  4. Eduardo Bartolomeo, da Vale (R$ 52,6 milhões);
  5. Roberto Monteiro, da Prio (R$ 40,6 milhões).
Completam o ranking os CEOs da Localiza (R$ 38,5 milhões), Cosan (R$ 38,2 milhões), B3 (R$ 37,6 milhões), Suzano (R$ 37,5 milhões) e Natura&Co (R$ 33,5 milhões).

Disparidades. Cinco dos empresários com maior remuneração também dirigem companhias com as maiores disparidades salariais.

Na JBS, o salário de Gilberto Tomazoni é 1.100 vezes superior ao da média salarial da empresa. Na Localiza, 559 vezes, e na Vale, 515.

Essas proporções são muito superiores à média do Ibovespa, onde a relação entre o maior salário e a média paga à equipe é de 184 vezes.

Por que importa: professores especializados em gestão ouvidos pela Folha criticam a discrepância. Isso porque ela é um indicador de governança corporativa, ao apontar o quanto a empresa está preocupada com uma gestão igualitária.

O caso das Americanas. A pivô do escândalo contábil que voltou à tona na última semana era uma das empresas com maior disparidade salarial em 2021 e 2022, antes de sair do índice Ibovespa devido à recuperação judicial.

Os ganhos do então CEO Miguel Gutierrez eram equivalentes a 431 vezes à média paga à equipe.

A proporção deu um salto em 2022, às vésperas de escândalo: 740 vezes.

Relembre: Gutierrez teve mandado de prisão emitido pela Justiça na última semana. Como reside na Espanha desde 2023, foi considerado foragido e entrou na lista da Interpol. Foi preso por apenas um dia, mas solto depois que entregou seu passaporte.

Ele é suspeito de comandar a fraude que mascarou as contas da empresa para melhorar seu valor de mercado. Também é alvo de investigação sobre lavagem de dinheiro. Se condenado, a pena pode chegar a 26 anos


FOLHA DE SÃO PAULO
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