Impacto negativo do celular nas escolas é evidente,
diz ex-diretor da OpenAI
Zack Kass, que
trabalhou na criadora do ChatGPT, afirma que há fortes elementos para limitar,
senão banir, o uso de smartphones na escola
Não é um saudosista da era analógica, mas um
entusiasta da inteligência artificial —um dos
executivos da OpenAI à época do lançamento do ChatGPT— quem defende que "há fortes
evidências" para limitar, senão banir, os celulares nas escolas.
Zack Kass, 37, trabalhou por 14 anos com empresas
dedicadas à IA. Quando o ChatGPT foi lançado pela OpenAI, em 2022, ele atuava
na empresa como diretor de GTM (Go-To-Market), área responsável pelas
estratégias de lançamento e posicionamento de produtos.
Com a explosão do
ChatGPT, tornou-se consultor e palestrante entusiasmado sobre o futuro da
tecnologia e da IA.
Kass
esteve em São Paulo em junho para participar de um evento realizado
pela Arco Educação, um dos maiores grupos de sistemas de ensino do país.
Embora as plataformas digitais ofereçam
flexibilidade e acesso a uma vasta quantidade de informações, a transição
precisa ser equilibrada.
Os livros impressos ainda desempenham um papel
importante na redução do tempo de tela e na ajuda aos alunos para se
concentrarem.
A pandemia mostrou-nos que o ensino digital, embora
valioso, não pode substituir completamente os métodos tradicionais.
Uma abordagem híbrida que combine o melhor dos dois
mundos —recursos digitais pela sua interatividade e atualidade, e livros
impressos para estudo focado e redução da fadiga visual— pode ser o caminho
mais eficaz.
Há fortes evidências para apoiar a limitação do uso
de celulares nas escolas, senão a proibição completa.
Embora os smartphones
possam ser ferramentas úteis para a aprendizagem, seu potencial de distração e
impacto negativo no desenvolvimento social e emocional é significativo.
Implementar períodos ou zonas sem celulares nas
escolas pode ajudar os alunos a se concentrar e a se envolver mais com o
aprendizado e colegas.
Incentivar interações presenciais e atividades físicas
no recreio pode promover um ambiente escolar mais saudável e equilibrado.
FOLHA DE SÃO PAULO