Prejuízo de R$ 582 milhões no segundo trimestre.
Primeiro
resultado negativo desde 2016 reflete provisões contra calote e queda na bolsa.
Com aumento de provisões para calote e perdas em sua carteira de
ações, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou
prejuízo de R$ 582 milhões no segundo trimestre de 2020.
Foi o primeiro
prejuízo desde o segundo trimestre de 2016, quando o banco perdeu R$ 3 bilhões.
Em
entrevista para detalhar o balanço, o banco diz já ter disponibilizado R$ 59,3
bilhões, em recursos próprios ou do Tesouro, para socorrer empresas em
dificuldades financeiras durante a pandemia.
A crise reverteu curva de queda em
consultas e aprovações de novos financiamentos.
A
diretora financeira do BNDES, Bianca Nasser, frisou que o prejuízo do segundo
trimestre foi contábil, resultado da ampliação em R$ 300 milhões das provisões
para risco de crédito e da perda de R$ 1,2 bilhão com empresas em que o banco
tem participação, principalmente a JBS.
Sem esses
fatores não recorrentes, disse ela, o resultado seria lucro de R$ 1,3 bilhão.
"O cenário macroeconômico foi responsável pelos principais impactos do
balanço", disse ela. No primeiro semestre, o banco acumula lucro de R$ 5
bilhões.
Um dos alvos de críticas sobre as dificuldades do
governo para conceder crédito a empresas durante
a pandemia, o BNDES diz que o volume de recursos já emprestado por programas
emergenciais que coordena chega perto de R$ 60 bilhões.
Nasser citou como principal destaque o programa de
capital de giro para pequenas e médias empresas, que tinha orçamento original
de R$ 5 bilhões, mas o valor foi dobrado diante da alta demanda.
Até hoje, já
emprestou R$ 6,4 bilhões a 19,6 mil empresas.
A suspensão de pagamentos já soma R$ 8 bilhões em
operações diretas, com 430 empresas atendidas, R$ 4,4 bilhões para operações
indiretas, para 28,5 mil empresas. Segundo Nasser, representa cerca de 30% da
carteira do banco.
FOLHA DE SÃO PAULO