A rentabilidade média dos
fundos de pensão no primeiro semestre de 2016 foi de 8,44%, de acordo com dados
da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar). Com o resultado, a rentabilidade acumulada pelas fundações em 15
anos somou 635%, bem acima da TJP (Taxa de Juros Padrão, referencial do setor)
no período (515%).
A projeção da Abrapp é que
o ganho dos fundos de pensão em um cenário de melhora moderada da economia seja
de 16,14% no fechamento do ano, para uma TJP de 15,19%. A estimativa leva em
conta um cenário em que a taxa Selic esteja em 13,75% no final de 2016.
Os dados foram divulgados
pela Abrapp em Florianópolis, onde a entidade está realizando (de 12 a 14 deste
mês) o 37º. Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, que tem como tema
“Previdência Complementar: Um Novo Projeto para o País”.
Pelos cálculos da Abrapp,
o potencial do sistema é ainda maior para os próximos anos, com crescimento
real médio dos ativos de 4,7% ao ano, em comparação ao aumento estimado do PIB
de 2,4% ao ano (levando em conta o período de 20 anos). A proporção dos ativos
em relação ao PIB deverá saltar dos atuais 13,7% para 21,4% nesse espaço de
tempo.
A entidade estima também
que o número de participantes tem potencial para saltar dos atuais 2,5 milhões
para 14 milhões nos próximos cinco anos e poderá chegar a 15,3 milhões de
participantes em 2036.
“Nosso sistema é sólido e
tem mostrado força desde que foi criado, na década de 1970”, afirma o
presidente da Abrapp, José Ribeiro Pena Neto. “Pagamos anualmente cerca de R$
30 bilhões para mais de 700 mil brasileiros com absoluta pontualidade”.
Apesar desse desempenho
positivo, José Ribeiro considera urgente a adoção de medidas para aprimorar o
sistema, o que traria benefícios não só para os participantes, mas para toda a
economia brasileira: “Fomentar a previdência complementar é a alternativa mais
consistente para a recuperação da poupança no Brasil. Não há outra opção:
somente com uma nova e maior previdência complementar o País vai gerar poupança
no longo prazo, que viabilizará investimentos produtivos e uma ampla rede
proteção social”.
O presidente da Abrapp
lembrou que, mesmo com os resultados alcançados ao longo de décadas, o sistema
ainda tem muito a crescer: “O País tem grandes desafios, que passam pela
revisão estratégica de políticas econômicas e sociais. É preciso encontrar
solução simultânea para os desafios impostos pela macroeconomia e pelo
bem-estar social. Daí a importância de fomentar o sistema e com esse objetivo a
Abrapp elaborou o Plano Nacional de Fomento à Poupança Previdenciária”.
O plano da Abrapp para
fomentar o sistema, segundo José Ribeiro Pena Neto, baseia-se em cinco
iniciativas: mudança do modelo previdenciário; estrutura e regulação da
previdência complementar; inovação em produtos; engajamento associativo; e
comunicação, educação e cultura previdenciária.
O modelo proposto pela
Abrapp em relação ao novo modelo previdenciário, explica o presidente da
entidade, baseia-se em quatro pilares para os novos entrantes. Pelo lado
obrigatório os pilares seriam Repartição (com benefício contributivo por
repartição para todas as classes trabalhadoras) e Capitalização (benefício
contributivo por capitalização com conta vinculada ao trabalhador).
Pelo lado facultativo, a
Abrapp propõe outros dois pilares: Previdência Complementar Coletiva
(capitalização coletiva com incentivos tributários para formação de poupança de
longo prazo) e Poupança Individual (capitalização individual, também
incentivado para poupança de longo prazo).
Na avaliação do presidente
da Abrapp, as proposições para fomento devem ser feitas por todos os que são
parte do sistema, já que o crescimento interessa a todos eles e,
principalmente, ao Brasil: “Nosso sistema precisa e merece ser fomentado, pois
é o principal veículo que o País tem para formar uma poupança estável de longo
prazo, condição fundamental para a construção de um Brasil sustentavelmente
próspero”.
Tamer Comunicação