Faltam geriatras em um Brasil que envelhece.
O Brasil envelhece rapidamente, havendo por parte do IBGE a
projeção de que população com mais de 60 anos deva ultrapassar 40 milhões até
2030, representando cerca de 18% dos brasileiros.
Apesar disso, notava ontem
(23) um site especializado em textos envolvendo a longevidade, o País enfrenta
graves carências para conviver com tal envelhecimento, a começar da falta de
geriatras.
Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) mostram
que há menos de 2.500 geriatras ativos no Brasil, o que equivale a um
profissional para cada 5.000 idosos.
Por sua vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que haja um
geriatra a cada mil idosos, mas diz que no Brasil a média é de um para 12 mil.
O Brasil está passando por um processo de envelhecimento acelerado da
população, com um aumento significativo da expectativa de vida e maior
proporção de idosos.
E de outras fontes chegam números que, mesmo divergindo um pouco,
confirmam a carência: no país a proporção de geriatras ainda é de um para 16
mil idosos, de acordo com dados do do Conselho Federal de Medicina (CFM), de
2018.
Além disso, a maioria atua no Sudeste: 60% do total. A Região Sul aparece
com apenas 15,4% dos médicos.
Em números, são apenas 1.817 geriatras em todo o Brasil,
equivalente a 0,5% sobre o total de especialidades (381,5 mil), conforme o
Atlas Médico 2018.
As especialidades com maior representatividade são clínica
médica (42,7 mil títulos) e pediatria (39,2 mil), algo que não condiz com a
necessidade da população no médio e longo prazo.
De toda forma, todas essas estatísticas apontam na direção de uma grave
escassez de médicos especialistas, num contingente muito abaixo do necessário
para atender à demanda crescente.
Sem o suporte desses especialistas, a maioria
das pessoas idosas fica sem avaliação adequada, resultando em uma maior
exposição a problemas como interações medicamentosas, reações adversas e
hospitalizações evitáveis.
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