Aponta perdas permanentes de PIB com a pandemia.
Crises associadas a
ciclos industriais e financeiros sucedem períodos de crescimento; na pandemia,
só há o lado da perda.
No Relatório de Perspectivas
Econômicas divulgado na semana passada, o FMI (Fundo Monetário
Internacional) rebaixou levemente sua previsão de crescimento da economia
global este ano para 5,9%, mantendo 4,9% para o ano que vem.
Também deu ênfase
à “divergência” no ritmo e na extensão da recuperação econômica entre os
países.
Dois fatores são
destacados na explicação da divergência. Antes de tudo, os distintos andamento
e alcance da vacinação nos vários países, ou seja, o “grande abismo no acesso a vacinas”.
O
relatório mostra uma alta correlação positiva entre, de um lado, taxas de
vacinação e, de outro, revisões para cima nas projeções de crescimento dos
países desde o mês de abril.
O outro fator corresponde às diferenças nacionais
no espaço disponível para adoção de políticas fiscais de apoio.
O FMI se referiu a
“marcas duradouras” deixadas no curso das recuperações divergentes, com
economias emergentes e em desenvolvimento apresentando no médio prazo danos
mais profundos que a média entre países avançados.
Por exemplo, nos casos de
emergentes asiáticos (excluindo China), África Subsaariana e América Latina e
Caribe, os produtos internos brutos agora previstos pelo Fundo para 2024
deverão estar, respectivamente, 9%, 5% e 4,5% menores que aqueles projetados
antes da pandemia, em janeiro do ano passado.
Apenas Estados Unidos e
emergentes da Europa Oriental aparecem com PIB maiores que antes.
A divergência de sequelas da pandemia
também se manifesta nos mercados de trabalho e nos níveis de utilização da capacidade
produtiva.
O FMI projeta que até 2024 haverá perda de empregos em relação a
tendências de antes da pandemia maior entre emergentes e em desenvolvimento.
FOLHA DE SÃO PAULO