Em evento sobre
liberalismo, equipe econômica diz que meta é vender o que puder. "Ao
longo da história, o governo mais atrapalhou do que ajudou o Banco do
Brasil", afirmou. "Não vejo nada que não pudesse ser alcançado como
prioridade do governo por todo o sistema bancário", completou o executivo.
O presidente da
Caixa, Pedro Guimarães, que participou da mesma mesa em que estava Novaes, não
citou privatização, mas falou em saída de segmentos não prioritários e abertura
de capital de subsidiárias. O banco pretende lançar em setembro operação para
atrair investidores para a Caixa Seguridade.
O seminário,
chamado "Nova Economia Liberal" foi realizado pela FGV (Fundação Getúlio
Vargas) do Rio e discutiu a Reforma da Previdência, o papel dos bancos públicos
e do setor de óleo e gás na nova política econômica brasileira.
Ao convidar Guedes
para comandar a área econômica de seu governo, Bolsonaro prometeu carta branca
ao economista, mas determinou a manutenção de Petrobras, Banco do Brasil e
Caixa como estatais. A decisão tem apoio da ala militar do governo,
principalmente em relação à Petrobras.
Ainda assim, as
gestões das grandes estatais vêm sinalizando uma postura mais agressiva com
relação a vendas de ativos. Na Petrobras, por exemplo, Castello Branco já
anunciou que vai rever o plano de desinvestimentos, acelerando a saída de
segmentos e reduzindo ao menos à metade sua participação no refino brasileiro.
Guedes convidou o
empresario Salim Mattar, dono da Localiza, para assumir a secretaria de
Privatizações do ministério e estabeleceu a meta de vender US$ 20 bilhões
(cerca de R$ 76 bilhões) ainda em 2019.
"Eu trouxe o
Salim Mattar, com apetite enorme, doido para privatizar o máximo possível,
doido para passar a faca", afirmou o ministro da Economia, no evento
desta sexta. Ele calcula que a venda a venda de todas as empresas e imóveis do
governo poderiam render R$ 1,2 trilhão.
Com a restrição à
venda das três maiores estatais, porém, a principal operação na mira do governo
atualmente é a venda de ações da Eletrobras, proposta pelo governo Temer, que
reduziria a fatia do governo na companhia. O negócio deve render R$ 12 bilhões,
segundo projeção feita ainda pelo governo anterior.
Outro foco é a
venda de imóveis. No evento desta sexta, Guedes brincou que preferiu deixar
Mattar morando em um hotel para vender a residência em Brasília para a qual ele
poderia se mudar.
FOLHA DE SÃO PAULO