Curvas de juros curtas caem após
redução de 0,50 ponto na Selic
Contratos
para 2024 saíram de 10,64% para 10,48%; taxas de prazos mais longos têm alta
As
curvas de juros futuros curtos registraram fortes
quedas nesta quinta-feira (3), após o Copom (Comitê de Política
Monetária) realizar um corte de 0,50 ponto percentual
na Selic.
A redução foi maior que as projeções do
mercado, e a autoridade monetária sinalizou novas quedas da mesma magnitude em
suas próximas reuniões.
Além
de ter promovido uma redução maior que a esperada pelo mercado, o Copom
sinalizou que deve manter o ritmo de cortes de 0,50 ponto em suas próximas
reuniões.
Com
isso, os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2024 caíram de 10,64%
para 10,48%, enquanto os para 2025 foram de 10,67% para 10,50%. Já a curva de
2026 saiu de 10,04% para 9,98%.
Os
contratos mais longos, porém, foram na direção contrária e registraram altas:
os juros com vencimento em 2027 subiram de 10,08% para 10,13%, e os para 2028
foram de 10,30% para 10,41%.
Os
juros futuros representam a expectativa de como estarão as taxas de juros
brasileiras nos próximos anos e servem como referência para captação de crédito
em todo o país..
Na
tomada de um financiamento de longo prazo, por exemplo, para ser pago em cinco
anos, a taxa de juros utilizada é a da curva para daqui a cinco anos, e não o
nível de juros do momento da assinatura, como explica o economista Beto Saadia,
sócio da Nomos.
"A
Selic é a taxa de hoje, do momento atual, mas se ela for utilizada como
referência para um empréstimo a ser pago nos próximos cinco anos, estaríamos
considerando que ela não vai mudar ao longo do tempo. Por isso, é utilizada a
expectativa de quanto ela estará no momento da quitação do financiamento",
diz Saadia.
Assim,
os juros futuros funcionam como uma previsão sobre como estarão as taxas e a
política monetária brasileira nos próximos anos, dando mais segurança a quem
realiza esse tipo de operação.
O
impacto da decisão do Copom nos juros futuros foi modulado pelo fato de que a
maior parte do mercado esperava uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião
desta semana,
"Os
contratos mais curtos estão reagindo à decisão, uma vez que havia uma dúvida no
mercado sobre o tamanho do corte.
Quando olhávamos para as opções de Copom,
elas estavam mostrando 60% de chances de corte de 0,25 ponto percentual",
afirmou o economista Rafael Pacheco, da Guide Investimentos.
FOLHA DE SÃO PAULO