Open banking deve ajudar a driblar desconfiança de
clientes com fintechs.
Como
novo modelo carrega a chancela do BC, usuários terão mais segurança na hora de
contratar crédito online.
Muitas fintechs de crédito já oferecem
empréstimos mais baratos que os bancos tradicionais, sem burocracia e pela
internet. Essas instituições, no entanto, ainda esbarram na desconfiança do
consumidor.
Com o open banking, ou sistema financeiro aberto,
o setor deve ganhar credibilidade.
Como o novo modelo carrega a chancela do Banco
Central, clientes bancários poderão sentir mais segurança na hora de contratar
um crédito online com instituições menores.
Pelas regras do BC, dentro do novo modelo, o
consumidor passa a ser dono de seus dados e pode permitir que uma instituição
—ou uma empresa que presta serviços financeiros— acesse seu histórico bancário.
Isso pula algumas etapas na análise de crédito e pode proporcionar taxas ainda
mais baratas aos bons pagadores.
O sistema abre espaço para que o consumidor faça cotação e
contrate crédito e outros produtos financeiros por meio de uma única plataforma
que pode acessar seus dados, como nos chamados agregadores, que centralizam
todas as contas e dívidas do usuário.
Em outra situação, uma instituição pode oferecer em sua
plataforma produtos de parceiros, por exemplo.
O cliente poderá determinar em qual banco ele quer liberar
acesso aos dados e por quanto tempo. Além disso, apenas instituições
autorizadas pelo BC podem integrar o sistema.
A regulação do BC padroniza as tecnologias utilizadas no open
banking, mas a autoridade monetária não fará a gestão das plataformas de
compartilhamento de dados.
O próprio mercado criará soluções e, com isso, surge
uma nova oportunidade de negócios.
Adrian Cernev, professor microfinanças e inclusão financeira da
FGV, destaca que, mesmo com o aval do BC, essas plataformas agregadoras e
instituições menores ainda precisarão ganhar a confiança do cliente.
“A reputação da marca ainda é um fator importante.
Para dar
consentimento para a plataforma consultar suas informações bancárias, a pessoa
deve sentir confiança naquela empresa.
Quando há confiança no intermediador,
aumentam as chances de utilizar produtos de parceiros”, afirma.
FOLHA DE SÃO PAULO