Fintechs
investem em cartão sem número, enquanto bancos tradicionais hesitam.
Nubank, C6, Neon, XP, iti e Credicard dizem
disponibilizar modelo sem dados por questão de segurança.
Clientes de bancos digitais têm acesso a cartões físicos sem dados sensíveis, como
número, data de validade e código de segurança —design que recebe o nome
numberless (sem número, em inglês).
Entre as instituições financeiras tradicionais operantes
no Brasil, só o Santander adota o modelo, em uso no exterior há cerca de dez
anos.
Esse produto financeiro incentiva os clientes
a criarem cartões digitais, considerados mais seguros nas transações online,
uma vez que tem números renovados de tempos em tempos, afirma o head de
cibersegurança do C6, José Luiz Santana.
Segundo a Abecs (Associação Brasileira das
Empresas de Cartões de Créditos e Serviços), as compras remotas movimentaram R$ 700
bilhões em 2022.
O valor representa 40% das transações feitas com cartão de
crédito no ano e é 28% maior que os R$ 570 bilhões registrados em 2021.
O C6 afirma que mais de 70% das compras que
recusa por segurança têm origem na internet.
Hoje, apenas cerca de 30% de seus
clientes usam o cartão digital nessas transações.
"Esse número é alto, já que nossos clientes em geral são mais acostumados
à tecnologia", diz Santana.
Por isso, a fintech começou a testar o modelo sem
número em 30% dos novos cartões emitidos desde o início deste ano.
A empresa
afirma que ainda não recebeu reclamações, mas mantém contato com clientes, para
testar se vai adotar o modelo com todos os seus correntistas.
Santander e Nubank também oferecem a
possibilidade de adotar o modelo numberless, enquanto XP, Neon, iti (banco
digital do Itaú) e Credicard entregam cartões sem número na tarja a todos os
clientes.
FOLHA DE SÃO PAULO