CVM torna réus governo do Distrito Federal e chefe
de gabinete de Ibaneis Rocha.
- Assessora de governador também é conselheira fiscal do BRB
- Banco é investigado por operações financeiras com o Master
O governo do Distrito Federal foi citado e se tornou réu em processo
iniciado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) referente ao BRB (Banco de
Brasília).
O mesmo vale para Juliana Monici Souza Pinheiro, chefe de gabinete
do governador Ibaneis Rocha (MDB).
Ela foi incluída por ser conselheira fiscal do BRB, banco que é
controlado pelo governo local. Consultada, a CVM disse não comentar casos
específicos.
As informações estão disponíveis no site da Comissão, mas os
detalhes do processo não são públicos.
A abertura do processo acontece um dia após a prisão de Daniel Vorcaro,
dono do Banco Master, o que também provocou o afastamento do presidente do BRB,
Paulo Henrique Costa.
A Polícia Federal investiga operações feitas pelo BRB com Master de R$
16,7 bilhões entre julho de 2024 e outubro de 2025. Segundo a polícia, essa
movimentação sinalizaria "a existência de possível engenharia contábil e
financeira para viabilizar a captação de recursos pelo Master junto ao
BRB".
As investigações apontam que BRB não poderia aumentar sua exposição ao
Master e que, portanto, o banco de Vorcaro não poderia figurar como garantidor
das operações realizadas com o BRB.
Relatório da área técnica do Banco Central aponta indícios de que a
empresa existia apenas para dar suporte às operações do Master com o BRB.
"O único relacionamento da Tirreno no âmbito do Sistema Financeiro
Nacional é com o Master. Não há registro de crédito tomado pela empresa no
Sistema de Informações de Créditos", afirma o documento.
Justiça rejeita pedido de habeas corpus e mantém
prisão de Daniel Vorcaro, do Banco Master
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FOLHA DE SÃO PAULO