A leitura combinada de várias mídias reforça
o sentimento quanto ao muito que é oportuna e justa a tese da Abrapp de que o
País precisa urgentemente fazer crescer a sua poupança de natureza
previdenciária, fomentando a previdência complementar fechada. O BNDES, até
hoje o maior protagonista disparado quando se pensa em financiamento da
economia, viu o volume das consultas que lhe são feitas por demandantes
potenciais por crédito cair 30% em fevereiro sobre o mês anterior, ficando
em R$ 2,7 bilhões.
A queda foi maior nas
consultas por créditos voltados para a infraestrutura, onde o recuo ficou em
32%, perda de espaço do BNDES, algo que o mercado credita especialmente ao uso
da nova taxa TLP. O lugar do banco vem sendo ocupado gradualmente pelo mercado
de capitais e investidores estrangeiros, entre outras fontes.
Em outra página, o mesmo
jornal traz análise da Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos do
Ministério do Planejamento, segundo a qual a queda da taxa básica de juros para
o seu nível histórico mais baixo abre um cenário bastante positivo para o
mercado brasileiros de capitais. Este deverá repetir este ano, ou até superar,
a boa performance de 2017. Houve uma forte expansão não apenas na Bolsa, mas
também na emissão de papéis de dívida corporativa, debêntures incentivadas de
infraestrutura e notas promissórias.
Por outro lado, o novo corte
que o Copom fez na Selic, a nova baixa na taxa de juros básica, pode ser a
“chacoalhada que faltava” na massa de investidores conservadores para que
admitam correr maior risco. Levantamento da Associação Nacional de Executivos
de Finanças, Administração e Contabilidade mostra que apenas fundos de
investimento de renda fixa com taxas de administração inferiores a 1% estão
conseguindo entregar performances superiores à caderneta de poupança.
Mas o que se observa é que o
brasileiro continua não conseguindo poupar. Dados do “Indicador de Reserva
Financeira”, calculados pela SPC Brasil e Confederação Brasileira de Dirigentes
Lojistas, revelam que 71% das pessoas não guardaram nada de seus rendimentos em
janeiro último. O contingente de poupadores foi ainda menor do que havia sido
em dezembro do ano passado.
O Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão criou ontem um grupo de trabalho
para coordenar a elaboração de estudos preparatórios para a formulação da
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A ideia é trabalhar
com um horizonte de tempo de 12 anos à frente.
Quando consolidada, a
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social conterá as diretrizes
e as bases da política pública de desenvolvimento, um diagnóstico dos desafios
a serem enfrentados, o cenário macroeconômico e as orientações de longo prazo
VALOR ECONÔMICO