RÚSSIA x UCRÂNIA


Sanções econômicas funcionam? O que a história diz sobre o sucesso dessas medidas.

Uso de diferentes sanções para punir um governo ou forçá-lo a cumprir determinados objetivos é registrado desde pelo menos a Grécia antiga e foi adotado ao longo de vários séculos.

As sanções impostas à Rússia pelos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e outros países em resposta à invasão da Ucrânia seguem um longo histórico do uso de penalidades para forçar mudanças de comportamento em determinadas nações.

Mas uma análise de medidas do tipo adotadas no passado demonstra que nem sempre o objetivo é alcançado

Além disso, em certos casos, há o risco de consequências inesperadas e até mesmo de que o resultado seja o oposto do desejado, fortalecendo o governo que pretendem fragilizar e gerando impacto negativo sobre direitos humanos, democracia e outros aspectos.

Estudos calculam que apenas cerca de um terço das sanções costumam ter sucesso e atingir seus objetivos. Uma das análises recentes mais completas sobre o tema foi feita por pesquisadores da Universidade Drexel, com sede na cidade da Filadélfia, e confirma essa estimativa.

Os pesquisadores criaram um banco de dados com informações sobre 1.101 casos de sanções aplicadas por países, grupos de países ou organizações intergovernamentais desde 1950, muitas das quais ainda permanecem em vigor.

As sanções foram classificadas conforme o tipo (comerciais, financeiras, de assistência militar, de armas, de viagens e outros tipos) e objetivos (forçar mudanças em determinadas políticas, desestabilizar regimes, prevenir ou acabar com guerras, proteger direitos humanos, restaurar democracia, combater terrorismo, resolver conflitos territoriais, entre outros).

O próximo passo foi analisar o grau de sucesso, medido de acordo com declarações oficiais dos governos ou "confirmações indiretas em anúncios internacionais de imprensa", e levando em consideração que essas declarações "podem ser subjetivas ou tendenciosas".

Quando incluídas sanções ainda em vigor, calcula-se que cerca de 30% tenham pelo menos sucesso parcial.



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