As mudanças nas regras que regem os investimentos, segundo a Previc
Gerar os melhores resultados possíveis a partir dos investimentos feitos
é, com certeza, um desejo e até mesmo uma necessidade fácil de entender, mas a
verdadeira obrigação do dirigente de entidade fechada, antes mesmo de produzir
tais rendimentos elevados, é atuar com diligência e cercar-se da melhor técnica
no momento em que vai decidir sobre onde investir.
E a compreensão disso
tornou-se ainda mais evidente em dois eventos realizados nos últimos dias, o
Seminário Ato Regular de Gestão e o 13º Seminário Gestão
de Investimentos nas EFPC .
O curso das mudanças que estão por vir, como
fruto do diálogo.
Do ponto de vista de governança, há a proposta de duas
alterações, sendo que a primeira diz respeito à responsabilização das decisões
de investimentos, aquela no sentido de cobrar dos gestores diligência e
técnica.
Está também na proposta a inclusão de ativos novos, entre eles
debêntures de infraestrutura; Fiagro; crédito de carbono; ESG; e carteira de
estruturados, incluindo Fundos de Investimentos em Participações com regras
mais definidas, como redução de limite e proibição de monoativo, e restrição de
apenas 40% de ativos de fundos de pensão somados nos FIPS.
Também se discute a retomada dos investimentos diretos em imóveis.
“No mundo inteiro, o segmento imobiliário é estratégico para fundos de pensão.
No nosso caso, esse investimento está fechado e as entidades têm a obrigação de
vender os ativos atuais.
A ideia é retomar essas aplicações, com o mesmo
percentual anterior, de 8%”, disse Pena.
A obrigação de venda é antieconômica e
agravada ainda pela dificuldade na demanda e nas negociações.
Por outro lado, o Diretor-Superintendente da Previc disse que na
categoria de investimentos no exterior, a regra que determina o limite em 10%
desses ativos em carteira deve ser mantida.
Junto a todas essas alterações, Pena disse que a autorregulação do
sistema pode ser uma aliada para melhorar ainda mais a governança dos
investimentos, criando regras adicionais à regulação. “Vemos com bons olhos
essas práticas, pois proporcionam melhorias nos processos”, disse Pena.
Em crítica à proposta do Ministério da Fazenda de
modificar as regras vigentes para obrigar a marcação a mercado de ativos e
passivos previdenciários, Pena destacou que não há análise de impacto técnico
ou modelo de transição para que isso ocorra. “Nos planos BD, teríamos
superávit, mas em seguida haveria volatilidade frequente”.
Ele disse ainda que, de fato, é preciso rever essa regra para que seja
mais equilibrada, mas não é possível apenas olhar para o passado para tomar
essa decisão.
“Tivemos uma recessão profunda que afetou os planos, e muitos
implantaram equacionamento de déficit”, observou, destacando que o setor
precisa rediscutir regras de solvência e mostrar os riscos que envolvem essa
proposta.
“Por isso, quanto à marcação do ativo, nossa recomendação é voltar à
regra anterior”, complementou Pena.
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