Equipe econômica vê unanimidade no Copom como
acertada para evitar crise.
Após ofensiva
contra Campos Neto, integrantes do governo avaliam que divergência poderia
levar a escalada maior do dólar
A decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de interromper o ciclo de corte de juros nesta quarta-feira (19) foi vista pela equipe econômica como
acertada e crucial para evitar uma deterioração nas condições de mercado do
país.
Em meio à
expectativa de investidores que temiam uma divisão no colegiado diante da
pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
a unidade do Copom foi vista por integrantes do governo como necessária contra
uma nova escalada do dólar.
Nos bastidores,
fontes destacaram ainda que uma eventual divergência na votação poderia ter
desencadeado uma crise de confiança e levado a um aumento nas taxas de juros de
longo prazo. Essa visão foi expressa por três integrantes da área econômica do
governo.
A repercussão da
decisão é observada após o governo fazer uma nova ofensiva contra o presidente do
Banco Central, Roberto Campos Neto, e ao patamar de juros no
país na semana em que o Copom decidiria se cortaria novamente a Selic ou se a manteria como está.
Os analistas
consideravam que, se o Copom cedesse à pressão e os indicados por Lula expressassem divergência em
relação aos demais na decisão desta quarta, ficaria sinalizada uma
política monetária mais frouxa para o ano que vem.
Essa apreensão se deve ao
fato de que, em 2025, os indicados pelo petista terão maioria no colegiado
(hoje são quatro de um total de nove integrantes).
FOLHA DE SÃO PAULO