Muito além de dados demográficos
O Brasil, assim como muitos
outros países do mundo, está passando por uma significativa transição
demográfica.
Dados do Censo 2022, divulgado recentemente, apontaram para o
aumento da população acima de 65 anos – de 7,4% para 10,9% – em comparação com
a última pesquisa, realizada em 2010, indicando uma tendência de envelhecimento
da população brasileira.
Já o grupo com idades até 14 anos sofreu retração – de
24,1% para 19,8%, evidenciando queda na taxa de natalidade.
A idade mediana no país passou
de 29 para 35 anos. Isto significa que metade da população tem até 35 anos, e a
outra metade é mais velha que isso.
O Brasil registrou o maior salto de
envelhecimento entre os censos de 2010 e 2022, passando a ter 55 idosos para
cada 100 jovens.
Este fenômeno traz uma série de
desafios e oportunidades, especialmente no que diz respeito ao bem-estar
financeiro da sociedade.
Afinal, se o bônus da longevidade é viver mais, a
contrapartida é que os brasileiros precisarão de mais recursos financeiros para
manter o padrão de vida desejado na aposentadoria.
Ou seja, é fundamental que
as pessoas estejam preparadas e educadas financeiramente para enfrentar este
desafio.
Com uma população caminhando
para um número cada vez maior de idosos e menor de jovens, o sistema oficial de
seguridade social do Brasil enfrenta uma pressão crescente, principalmente pelo
modelo de regime financeiro baseado na repartição simples, ou seja, as
contribuições recebidas são utilizadas para pagar os benefícios, sem construir
qualquer reserva financeira.
A Previdência Social sem dúvida é um grande
benefício universal.
No entanto, se atualmente já apresenta desafios
financeiros para o seu equilíbrio, no futuro precisará acomodar um número maior
de aposentados, o que pode torná-lo insustentável.
Neste contexto, a previdência
complementar se destaca como uma ferramenta de grande relevância para promover
a segurança e a longevidade financeira na aposentadoria.
Esta estratégia
permite que as pessoas acumulem recursos adicionais para complementar a renda
da Previdência Social ou até mesmo para tornar a previdência complementar a sua
principal renda no futuro.
Em outro aspecto, a previdência
complementar também contribui com a educação e a disciplina financeira.
Ela
possibilita a criação de um fundo de aposentadoria que cresce ao longo dos
anos.
Em muitos dos casos, este investimento ainda é casado com uma contrapartida
da empresa empregadora, potencializando ainda mais a formação de um montante.
Aportes esporádicos e aumento de contribuições são boas recomendações e são
quase imperativos para quem busca a construção de um futuro financeiramente
melhor.
O tempo e os juros serão os maiores aliados neste cenário de
longevidade.
O envelhecimento da população
brasileira é um desafio demográfico que deve ser encarado com seriedade.
Os
dados do Censo 2022 vão muito além de informações atuariais e
demográficas: representam necessidade latente de se preparar para o
futuro.
Desta forma, é importante começar seu planejamento financeiro o mais
cedo possível; considerar a adesão a planos de previdência complementar; fazer
o e acompanhamento do seu plano por meio de simulações de
benefícios e criar metas alcançáveis.
Estas iniciativas podem ser a chave para
enfrentar os desafios financeiros que o envelhecimento da população traz
consigo a fim de desfrutar de uma aposentadoria com qualidade de vida.
ELIETE
LOMEU - Gerente de
Desenvolvimento e Atuária da VALIA
SONHO SEGURO