Fala de General Heleno contrasta, porém, com oferta
do governo de R$ 20 milhões em emendas a parlamentares. Na semana em que deve
ser definido se a Câmara irá votar a reforma da Previdência ainda em julho ou
se irá adiar a análise para agosto, o ministro Augusto Heleno (Gabinete de
Segurança Institucional) mandou um recado ao Congresso Nacional neste domingo
(30), ao participar da manifestação de rua em apoio ao ministro Sergio
Moro (Justiça) e à Lava Jato.
O general subiu em um dos carros de som na Esplanada dos Ministérios, em
Brasília, e, em tom exaltado, conclamou os parlamentares que não estão em busca
de “ganhar cargos ou estatais” a aprovar a reforma “com o menor desgaste
possível”, frisando que os congressistas são “diretamente responsáveis” pelo
que acontecer.
“Vim aqui falar, apelar aos nossos brilhantes parlamentares, aqueles que têm a
pátria acima de tudo, aqueles que não têm ideais de troca-troca, de ganhar
cargos, de ganhar estatais. Parem para pensar, esqueçam ideologia, esqueçam
partidos políticos, e votem na reforma da Previdência. Aprovem essa reforma e
essa nova Previdência com o menor desgaste possível”, discursou o ministro.
“O início desse novo horizonte do Brasil, os nossos congressistas são
diretamente responsáveis. (...) O Brasil precisa deles e eles precisam de
vocês”, acrescentou Heleno.
Os principais políticos atacados no ato deste domingo foram os presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), dois dos principais
entusiastas da reforma.
As declarações de Heleno, no ponto em que tratam do fisiologismo, contrastam
com a ação da articulação política do Palácio do Planalto.
Na semana que passou, o governo de Jair Bolsonaro apresentou aos parlamentares uma oferta de R$ 20 milhões em emendas extras
ao Orçamento, em troca do voto favorável à Nova Previdência.
Pelo acerto, seriam R$ 10 milhões na comissão especial da Câmara e outros R$ 10
milhões no plenário
FOLHA DE SÃO PAULO