Fim do auxílio emergencial tira R$ 32 bi mensais da
baixa renda.
Sentindo
na pele que a retomada econômica é fraca, quem recebia o benefício se declara
apreensivo.
O
fim do auxílio emergencial vai mexer, de uma só vez, com a vida das pessoas e
com a economia do país. O último crédito foi pago no dia 29 de dezembro e
os saques derradeiros ainda serão feitos ao longo de janeiro.
O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) deixou claro que não tem dinheiro em caixa para estender o benefício.
Entre economistas, não há consenso em relação à prorrogação e seus critérios.
Uns se preocupam com a questão social e outros com as contas públicas, já
deterioradas.
Quem dependeu do benefício para se sustentar ou
viu a vida melhorar com o suporte na renda diz que o ano começa com insegurança
—e não é pouca gente.
Foram 67,9 milhões de beneficiários, 4 em cada 10
brasileiros em idade de trabalhar.
No
decorrer de nove meses, foram pagos R$ 292,9 bilhões. Na prática, segundo dados
da Caixa, deixam de ser injetados na economia dos estados R$ 32,4 bilhões por
mês.
Os efeitos no dia a dia de famílias e negócios, principalmente comércio e
serviços, levarão um tempo para aparecer nas estatísticas, mas, para quem
acompanha indicadores sociais, a perspectiva não é boa.
Como ainda não há garantia de uma retomada consistente na oferta de trabalho,
a economista Diana Gonzaga, professora da UFBA (Universidade Federal da Bahia),
afirma que, sem um programa social, via transferência de renda, ou um plano
econômico, que incentive a geração de empregos, as desigualdades regionais
devem crescer
FOLHA DE SÃO PAULO