Fórum
Econômico Mundial diz que políticas monetárias começam a perder força.
Uma
década depois da crise financeira global e de US$ 10 trilhões injetados por
bancos centrais, a maior parte das economias segue presa em um ciclo de baixo crescimento de produtividade.
O apontamento é do Fórum Econômico Mundial, que publicou nesta terça-feira (8)
seu relatório global de competitividade.
Lançado
em 1979, o Global Competitiveness Report dá um panorama sobre os principais
fatores que medem a competitividade e o crescimento econômico de 141 mercados.
Endereçado
a formadores de políticas públicas, um dos destaques do relatório deste ano é
que políticas voltadas ao trabalho e à educação não estão acompanhando o ritmo
da inovação na maioria dos paíse
“Governos
precisam antecipar melhor consequências não intencionais da integração
tecnológica e implementar políticas sociais complementares para apoiar a
população na Quarta Revolução Industrial”, diz o documento.
É o caso de economias com forte capacidade de inovação,
como Coreia do Sul, França e Japão, ou capacidade crescente de inovação, como
China, Índia e Brasil, que “precisam investir na sua base de talentos e
melhorar o funcionamento de seus mercados de trabalho”.
Apesar de
estar relativamente bem posicionado em relação à capacidade de inovação (40º
lugar), devido a fatores como força de trabalho diversa, boas
publicações científicas e aumento de patentes, o Brasil fica na lanterna no quesito mercado de trabalho.
Ocupa
o 105º lugar (apesar do aumento de 2.5 pontos) no pilar que leva em conta
remunerações, práticas de contratação e demissão, direitos
trabalhistas, políticas de incentivo e de equilíbrio salarial entre
gêneros.
Os
principais obstáculos à evolução do Brasil no ranking são a estabilidade
macroeconômica —o país está na 115ª posição—, a abertura comercial (125ª) e as
barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias.
Além
disso, são elencados como pontos negativos a instabilidade política, o excesso
de burocracia e a falta de visão governamental de longo prazo.
Já o
tamanho do mercado e o controle da inflação foram mencionados como aspectos
positivos.
FOLHA DE SÃO PAULO