LONGEVIDADE 1


Segundo a polícia japonesa, 37.227 pessoas morreram sozinhas em casa de janeiro a junho de 2024, em sua maioria com mais de 65 anos. 

Um fenômeno que tem nome, “kodokushi”, e que expõe também os desafios para lidar com uma população cada vez mais velha. Uma crise semelhante é enfrentada pela Coreia do Sul, onde o kodokushi tem outro nome, “godoksa”.

Em 2019, nada menos de 44,1% das mulheres com mais de 65 anos no país recebiam pensões menores do que o valor mínimo considerado para suprir as necessidades básicas, US$ 10 mil por ano. 


Entre os homens a taxa é menor, 30%. Há casos de idosos que cometem pequenos crimes justamente para serem presos e, atrás das grades, terem a garantia de cuidados médicos, alimentação e um teto. 


Apesar de existir no Japão a cultura de cuidar dos idosos por parte dos filhos, essa não é uma regra. E outro problema é a falta de filhos e matrimônios.  


Uma situação comum é de casais idosos sem filhos envelhecerem, a mulher viver mais que o homem e não conseguir sobreviver sem a pensão do marido. 


No ano passado, o número de casamentos ficou abaixo de 500 mil pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Com filhos vivendo em outras cidades ou países, ou sem filhos, a solidão é um destino que parece implacável: segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Populacional e Previdência Social, o número de pessoas com mais de 65 anos que vivem sozinhas passará de 7,38 milhões, em 2020, para 8,87 milhões em 2030, e 10,84 milhões em 2050. 


Na Coréia do Sul, o Ministério da Saúde e Bem-Estar identificou 1,5 milhão de pessoas com risco elevado de morte solitária.



O GLOBO
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