Ao abrir espaço para a
mediação, conciliação e arbitragem, o novo Código do Processo Civil (CPC)
deverá evitar em boa parte a judicialização, sendo esse um aspecto
inegavelmente positivo, disse o Diretor Jurídico da Abrapp, Luis Ricardo Marcondes
Martins, ao abrir ontem, em São Paulo, o 11º Encontro Nacional de Advogados das
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (11º ENAPC), presentes mais de
300 profissionais do Direito. O novo CPC foi tema da Palestra Magna que
iniciou nesta segunda-feira (8) os trabalhos do evento, tendo Martins observado
que o Código se contrapõe a cultura do litígio que ainda prevalece no estudo do
Direito.
No mesmo espírito de
valorização do novo CPC, o Coordenador do Centro de Estudos Jurídicos da
Previdência Complementar (Cejuprev), José de Souza Mendonça, observou por sua
vez que o mecanismo de mediação foi uma das coisas boas ocorridas em nosso
Direito nos últimos anos, entre outros novos instrumentos que ajudam a vencer a
burocracia que ainda prevalece.
Para Fábio Tabosa Pessoa,
Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e Professor Doutor de
Processo Civil na Faculdade de Direito da USP, no entanto, “ninguém discute as
vantagens das soluções negociadas, mas estas têm seus limites e não podemos perdê-los
de vista”. Asseverou que negociações não são possíveis em certos casos e,
uma vez se persista, “podem representar perda de tempo e até provocar um
agravamento das tensões entre as partes”.
Disse cultivar um certo
ceticismo em relação ao novo Código, ainda que reconhecendo as “boas
intenções”. Há dificuldades no que diz respeito a decisões relativas a
legitimidade e admissibilidade.
Flávio Yarshell, Livre
Docente em Direito e Professor titular em Direito Processual da USP, também se
declarou em parte cético quanto ao novo CPC, observando que a supressão da
autonomia do processo tutelar busca um regime unitário difícil de
alcançar, pelas naturais obstáculos.
O 11º ENAPC seguiu ontem
com 3 painéis e coquetel de lançamento do livro “Previdência Complementar:
Estudos em Homenagem aos 15 Anos da Legislação Federal”, em edição coordenada
pela advogado Adacir Reis, do escritório Reis, Torres, Florêncio, Corrêa,
Oliveira Advocacia.
O evento, que prosseguirá hoje com mais 3 painéis, tem como
patrocinadores os escritórios Bocater, Camargo, Costa e Silva, Rodrigues
Advogados; BTH; Caldeira, Lobo e Ottoni; Cruz de Oliveira Advogados; JCMB;
L.A.Machado; Lobo e Ibeas Advogados; MML - Messina, Martins e Lencioni
Advogados Associados; Pagliarini e Morales Advogados Associados; Raeffray
Brugioni Advogados; Reis, Torres, Florêncio, Corrêa, Oliveira Advocacia;
SRG-Sales, Rodrigues Guerra Advogados Associados; e Zamari e Marcondes
Advogados Associados.
Diário dos Fundos de Pensão