Oito a cada dez novos pensionistas no Chile não conseguem autofinanciar uma pensão acima da linha da pobreza, de acordo com um relatório da Fundação Sol.
Em novembro, a aposentadoria média paga pelos Administradores de Fundos de Pensão (AFP), as empresas privadas que gerem pensões no Chile, foi de 221 dólares (904 reais) para mulheres e 384 dólares (1.572 reais) para homens.
A jornalista Míriam Leitão diz que direita e esquerda se mostraram incapazes ao longo do tempo de corrigir os problemas do regime de capitalização, que se revelou "insustentável".
Entre as dificuldades estão a longevidade e a falta de aportes por parte das empresas e do governo., além do desemprego.
No entender do gerente geral da Associação AFP, Fernando Larraín, afirmou à agência EFE que "o foco nas empresas de administração de pensões está errado, tem que estar na melhoria das pensões".Ou seja, na visão dele para aumentar os salários é preciso "aumentar as taxas de poupança, aumentar a idade da aposentadoria e o número de trabalhadores que contribuem".
Antes do debate sobre uma possível distribuição dos benefícios das AFPs entre os colaboradores, ele enfatizou que "isso não resolveria o problema" porque "eles apenas arrecadariam cerca de 12 dólares por mês por pessoa".
"Sejamos claros e responsáveis: o slogan que deve nos motivar é 'Melhores pensões' e não 'Não + AFP'", disse o diretor, que afirmou que "o governo não quis fazer mudanças quando apropriado, mas ainda há muito espaço de manobra".
Em 4 de dezembro, o Senado chileno aprovou um projeto de lei que envolverá um aumento gradual nas contribuições do Estado para reduzir as pensões em até 50%, o que beneficiará cerca de 1,6 milhão de aposentados.
O GLOBO