O empresário Marcelo
Odebrecht afirmou à Polícia Federal que a Braskem, o braço petroquímico do
grupo Odebrecht, se recusa a fornecer para ele mensagens eletrônicas de
interesse da investigação sobre parlamentares federais. Essas informações em
posse da Braskem, segundo Odebrecht, podem ser usadas como provas no seu acordo
de colaboração premiada.
O depoimento foi prestado em
16 novembro, quando Marcelo Odebrecht ainda estava preso em Curitiba (PR), e
anexado ao inquérito no último dia 21. Em dezembro ele passou a cumprir prisão
domiciliar em São Paulo.
No depoimento tomado pelo
delegado do Ginq (Grupo de Inquéritos do STF) da PF em Brasília, Marlon
Oliveira Cajado, Odebrecht foi indagado sobre um dos pontos do acordo de
delação que fechou com a Procuradoria-Geral da República que tratava de “apoios
prestados” ao grupo Odebrecht em “atos legislativos”, em especial “medidas
provisórias”, por parlamentares federais como o senador Aécio Neves
(PSDB).
Esse ponto da investigação
pode identificar eventuais contrapartidas dadas por parlamentares, incluindo
edição de MPs de interesse do grupo, em troca de doações eleitorais oficiais,
propina e caixa dois.
Em resposta, Marcelo Odebrecht
disse que “há possibilidade de encontrar elementos de corroboração de sua
colaboração em mensagens eletrônicas trocadas com executivos da empresa
Braskem”.
Entretanto, continuou Marcelo,
“ao solicitar o fornecimento de informações aos representantes da Braskem”, ele
“teve o seu pedido de acesso à informação parcialmente negado, alegando [a
Braskem] que se tratavam de emails classificados como ‘privilegiados’ por
transitar pela área jurídica”.
site dinheirama