Os dois lados da longevidade
Nos imóveis destinados a atender
às necessidades da terceira idade o cenário é de sonho, mas idoso também pode ver
o limite de seu cartão de crédito cair drasticamente..
Vem crescendo o número de
lançamentos de imóveis destinados a atender o público mais sênior, porém não é
apenas a falta de dinheiro que aborrece os mais idosos, mas também outro tipo
de limitação: a desconfiança de que podem não viver a mais o suficiente para
honrar os seus compromissos.
Nos imóveis destinados a atender
às necessidades da terceira idade o cenário é de sonho.
Foram ouvidas empresas como a
ABF Developments e Cyrela, além da Federação Unimed-RS.
O executivo de
uma dessas incorporadoras informa que toda a arquitetura é pensada para esse
público, quebrando o paradigma de casa geriátrica. Há salão de beleza, piscina
adaptada, sala fitness e cinema voltados para pessoas que estão em plena
capacidade mental e buscam qualidade de vida.
As plantas de um dos apartamentos
são direcionadas à acessibilidade, com botão de pânico no banheiro da suíte e
portas com largura maior do que a convencional para a passagem de macas.
O
projeto do residencial inclui uma equipe médica formada por geriatras,
fisioterapeutas e nutricionistas, disponíveis 24 horas. Nos EUA, há
cerca de 33 mil complexos de moradias assistidas, com esse tipo de cuidado em
tempo integral.
Porém, claro, também há desafios
para quem vive mais: aluguel recusado, limite do cartão reduzido, plano de
saúde difícil, os idosos enfrentam o etarismo econômico.
Alugar um imóvel, fazer compras
no cartão de crédito ou contratar um plano de saúde se tornaram desafios para
os idosos, porque muitas empresas não se prepararam para o crescimento no
número de idosos e adotam práticas discriminatórias que limitam o consumo e a
autonomia financeira desse público.
Enfim, o etarismo, a discriminação
por idade, está presente na economia.
O GLOBO