Risco Brasil impacta os resultados dos fundos de pensão


A disparada dos indicadores que medem o risco Brasil, por conta da crescente aversão dos mercados globais ao que acontece no País, vem pesando mais na  rentabilidade dos ativos brasileiros e isso talvez não esteja sendo adequadamente ponderado na gestão estratégica que os fundos de pensão nacionais fazem de seus investimentos. É o que diz de mais importante Jair Ribeiro, especialista da Eletros, em artigo com o título “Como o risco Brasil afetou a rentabilidade dos fundos de pensão”.

 

Ele nota ser “instigante observar como a globalização dos mercados pode interferir nas perspectivas as para o valor econômico dos benefícios de aposentadoria complementar no País, talvez com peso maior que o das variáveis internas, o que nos leva sempre a refletir se tem sido adequadamente ponderada na gestão estratégica dos investimentos das entidades”.

 

Após fazer um histórico dos bons resultados alcançados em 2017 e no início deste ano, apontando as suas causas principais, Jair Ribeiro aponta o mês de maio como o momento que marcou a reversão do quadro favorável que o País vivia e a aceleração do risco Brasil.

 

Um dos indicadores disso foi a elevação do CDS – medida de risco soberano – que subiu em média nos países emergentes 61% no primeiro semestre, enquanto no Brasil elevou-se 67% no mesmo período. A greve dos caminhoneiros e seus reflexos na economia marcou principalmente o momento de inflexão nos resultados dos fundos de pensão.

 

Em menos de 45 dias, o mercado acionário caiu 15% e passou a apresentar um resultado negativo no ano, enquanto as taxas de rendimento dos títulos de renda fixa de maior duração subiram, prejudicando a rentabilidade dos títulos públicos.

 

A Nota do Tesouro Nacional com vencimento em 2023, por exemplo, apresentou um inesperado retorno negativo de 2%. Para piorar, a inflação foi mais alta do que se previa em junho, impactando a taxa de juro atuarial, que acabou ficando na primeira metade do ano acima da rentabilidade média líquida dos planos BDs (3,9%) e CDs (2,3%).



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