Estudo da Swiss Re revela 17
novos riscos e tendências.
Ameaças futuras incluem ciberataques a sistemas de inteligência
artificial, conflitos sobre novas rotas comerciais no Ártico e perigos de usar
tecnologia para resfriar a Terra
Desde a abertura de vias
navegáveis anteriormente congeladas no Ártico até hackers manipulando
inteligência artificial, o panorama de riscos emergentes é multifacetado.
A 11ª
edição do relatório SONAR da Swiss Re revela que as
ameaças no horizonte se desenvolvem de forma tão dinâmica quanto as mudanças
tecnológicas, geopolíticas e sociais no mundo atual.
Um dos principais riscos
identificados na pesquisa, que abrange questões tecnológicas, econômicas,
sociais e ambientais, é a “abertura do Ártico”.
À medida que o Oceano Ártico e
as terras adjacentes se aquecem duas a três vezes mais rápido do que o resto do
globo, o gelo está derretendo e novas rotas de navegação estão se abrindo.
No
entanto, essa área é um ponto de tensão geopolítica potencial, que provoca
preocupações sobre como as atividades econômicas e os riscos relacionados serão
controlados na região.
“O aumento simultâneo dos
interesses econômicos, das mudanças ambientais e das tensões geopolíticas torna
o Ártico um foco de riscos emergentes, acumulando potenciais riscos.
Com o
SONAR, nosso objetivo é envolver proativamente nossos clientes e partes
interessadas do setor em discussões sobre riscos emergentes, pois acreditamos
que essa é a melhor forma de estarmos preparados”, afirma Patrick Raaflaub,
diretor de Risco do Grupo Swiss Re.
Um risco mais futurista
examinado pelo SONAR, mas potencialmente significativo, é a tecnologia de
gerenciamento de radiação solar (SRM), que poderia ser usada para resfriar a
Terra.
Embora isso não resolva a causa raiz do aquecimento global, ou seja, as
emissões de gases de efeito estufa, poderia ajudar a reduzir as temperaturas
globais.
No entanto, técnicas como a
injeção de partículas altamente reflexivas na atmosfera para refletir a luz
solar de volta ao espaço poderiam abrir um novo conjunto de riscos ambientais e
potenciais conflitos internacionais.
Se implementado e depois abruptamente
interrompido, o resultado do SRM impactar em rápida elevação de temperatura,
desencadeando efeitos climáticos relacionados.
Isso poderia levar a um aumento
ou deslocamento geográfico de eventos climáticos extremos, como secas ou
furacões. A questão seria como compensar aqueles que experimentam efeitos
negativos.
Outro risco emergente apontado
no relatório Sonar é possibilidade de surgirem sistemas complexos de
aprendizagem automática (machine learning) e inteligência artificial (IA).
Essas duas áreas de alto impacto estão impulsionando a próxima onda de avanços
tecnológicos. No entanto, à medida que o uso da IA aumenta, aumentam também os
possíveis riscos.
Hackers profissionais podem não apenas enganar os modelos
para cometer erros ou vazar informações, mas também prejudicar seu desempenho,
corrompendo dados de treinamento ou extraindo modelos de aprendizagem
automática.
O estudo enfatiza como o aumento
da inteligência artificial está aumentando as oportunidades de fraude e perda
de propriedade intelectual, como classificações de crédito falsas ou pontuações
de seguros falsas.
No seguro de automóveis, por exemplo, sistemas de
gerenciamento de sinistros baseados em IA podem até ser enganados ao verem
danos maciços onde não existem.
Se a IA for hackeada, isso poderia até resultar
em danos físicos causados por acidentes de carros autônomos ou diagnósticos
médicos equivocados.
SONHO SEGURO