O plenário do
Senado aprovou nesta quarta (7) a PEC da
Transição. O texto base foi aprovado por 64 votos a 16 –eram necessários pelo
menos 49 e o governo calculava ter de 54 a 60.
Em números: a proposta faz um puxadinho no teto de gastos de R$ 145
bilhões em 2023 e 2024 para o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 e o
adicional de R$ 150 por criança até seis anos.
- Outros R$ 23 bilhões poderão
ser usados para investimentos fora do teto em caso de receitas
extraordinárias.
- Uma novidade do texto é a que permite
que recursos parados nas contas do PIS/Pasep há no mínimo 20 anos
possam bancar investimentos fora da regra fiscal. Em agosto, a Caixa
informou que há R$ 24,6 bilhões em cotas do
PIS/Pasep.
O espaço de R$ 105
bilhões aberto no Orçamento de 2023 (o valor estava reservado para o
Auxílio Brasil de R$ 405) poderá ser usado para recompor programas como
Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida e reajustar o
salário mínimo acima da inflação.
- A proposta, porém, prevê que
o destino do dinheiro será definido pelo governo eleito e também pelo
Congresso.
Brecha para 2022: no
trecho que permite investimentos de até R$ 23 bi em caso de receitas
extraordinárias, foi retirada a trava de que essa medida valeria apenas a
partir de 2023.
Outros pontos da
PEC:
- Tira do teto despesas das
instituições federais de ensino custeadas por receitas próprias, como
doações ou convênios. Doações a fundos de meio ambiente também ficam de
fora do limite de despesas.
- Prevê que o Executivo irá
enviar uma nova proposta de regra fiscal até 31 de agosto de 2023. Quando
ela for aprovada (por projeto de lei complementar), será revogado da
Constituição o teto atual.
FOLHA DE SÃO PAULO