Empresas de auditoria podem
perder habilitação por 20 anos se comprovada participação na fraude da
Americanas.
Perda
de clientes e processos na Justiça devem ser esperados, se confirmada as
informações divulgadas por executivo da empresa.
A
suposta participação das empresas de auditoria PwC e KPMG para dificultar a
descoberta da fraude no balanço da Americanas, se comprovada, poderá acarretar
em punições severas aos envolvidos e alterar o modelo de atuação do setor no
país.
Em
depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a fraude
contábil da varejista, o CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, afirmou na
terça-feira (13) haver indícios de participação da PwC e da KPMG no
esquema.
Advogado
tributário e empresarial do Martins Cardozo Advogados Associados, Hugo
Nakashoji afirma que o objetivo da auditoria é não apenas avaliar as
demonstrações financeiras das companhias, mas também informar a realidade
econômico-financeira delas ao mercado com o maior grau de transparência
possível, mesmo porque essa avaliação pode influenciar diretamente na decisão
do investidor em comprar ou em vender ações da companhia auditada.
A regulação
trata sobre os deveres e as responsabilidades dos auditores, bem como das
penalidades que podem incorrer na hipótese de realizarem auditoria fraudulenta,
que podem ir da aplicação de uma simples advertência a uma inabilitação das
atividades por 20 anos a depender do caso concreto, diz o especialista.
FOLHA DE SÃO PAULO