Parlamentares
querem retirar mudanças no BPC, aposentadoria rural e dispositivos que
desconstitucionalizam regras previdenciárias. Líderes que representam a
maioria dos deputados decidiram, nesta terça-feira (26), que vão fazer mudanças
na proposta de reforma da
Previdência. Ao consultar
as bancadas, que somam 291 parlamentares, lideranças da Câmara se posicionaram contra as alterações no BPC
(benefício pago a idoso carente) e nas regras de aposentadoria rural. O grupo
também é contra os dispositivos que permitiriam futuras mudanças na Previdência
por rito mais simples.
Trechos da
proposta retiram da Constituição regras para as aposentadorias.
Como
alterações da Constituição demandam mais votos no Congresso, seria possível
reformar a Previdência sem precisar seguir o rito de uma PEC (Proposta de
Emenda à Constituição).
“Qualquer reforma
previdenciária deve ter como princípios maiores a proteção aos mais pobres e
mais vulneráveis”, diz a nota assinada pelos líderes de 13 partidos: MDB,
PR, PP, PRB, PSDB, DEM, PSD, PTB, SD, Cidadania, Podemos, PROS e Patriota.
Com 291 deputados e
os votos da oposição, os pontos da PEC criticados pelas bancadas devem ser
excluídos pela Câmara.
Segundo eles, a
desconstitucionalização das regras do sistema previdenciário poderia gerar
insegurança jurídica.
Os representantes da
maioria dos deputados classificam a reforma da Previdência como importante e
necessária, mas contestam pontos da proposta.
Os líderes negam que
o ato desta terça seja uma retaliação ao governo, mas, nos bastidores,
reconhecem que é uma reação às divergências entre o presidente Jair Bolsaro e o
Congresso, especialmente diante das críticas ao presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ).
Sobre a decisão do
ministro Paulo Guedes (Economia) de não participar de audiência pública na CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) nesta terça, Ribeiro disse que o tema tem
que ser tratado pelo presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR), e
pelo governo.
“É o governo que está
articulando com a própria Comissão de Constituição e Justiça.”
A oposição - PDT, PT,
PCdoB, PSB, PSOL e Rede - anunciou nesta terça que votará contra a PEC da
reforma da Previdência. Juntas, essas siglas têm 133 votos contra a proposta.
Oposicionistas vão
tentar derrubar a PEC ainda na primeira etapa na Câmara: a CCJ.
FOLHA DE SÃO PAULO