MERCADO SEGURADOR


Verde vira valor agregado e item obrigatório de imóveis de luxo.

Projetos paisagísticos de nomes como Ricardo Cardim, defensor do uso de espécies nativas, e do premiado Rodrigo Oliveira ganham cada vez mais vitrines nas cidades brasileiras

Houve um tempo em que tudo era mato, e mato era algo indigno, abominável, obstáculo ao progresso e ao bem viver. 

O tempo passou e tudo voltou a ser mato —mas agora, ao menos no mercado imobiliário de alto padrão, elemento desejável, valor agregado, item "bem", novo luxo.

Projetos de edifícios lançados por algumas das construtoras mais badaladas do Brasil abusam da chamada bioarquitetura —ou arquitetura biofílica—, em que a vegetação é tão importante quanto os equipamentos de lazer e as vagas de garagem (que ninguém mexa no meu 4x4!).

E não se trata apenas do verde nas áreas comuns, mas a escalar os andares e invadir os apartamentos —e, nos projetos corporativos, os escritórios.

Vivendo finalmente em um país tropical, era natural que o arquiteto francês Greg Bousquet, 51, se impressionasse com a força da natureza do Brasil, até mesmo nas regiões metropolitanas agigantadas do Rio e de São Paulo.

Na capital paulista ele começou a entender os projetos brutalistas de gente como Paulo Mendes da Rocha, cuja concretude exacerbada parecia ornar primorosamente com a luz abundante e com a vegetação que tão rápido se regenerava.



FOLHA DE SÃO PAULO
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