TECNOLOGIA


Governo dos EUA promete crédito a teles brasileiras para não comprarem Huawei.

Agências americanas oferecem financiamento para compra de equipamentos 5G de outros fabricantes.

Em mais um passo na ofensiva para impedir o avanço da Huawei no futuro mercado de 5G, o governo dos Estados Unidos promete oferecer crédito, por meio de agências oficiais, para as gigantes de telecomunicações brasileiras adquirirem componentes de concorrentes da empresa chinesa.

As operações de crédito para que Vivo, Claro e Tim, entre outras, comprem equipamentos de fornecedores como Ericsson e Nokia devem ser oferecidas pelo DFC (U.S. International Development Finance Corporation), instituição estatal criada pelo governo Donald Trump para dar suporte a objetivos geopolíticos estratégicos de Washington. 

Há ainda a possibilidade de apoio via Exim Bank (Banco de Exportação e Importação dos EUA).

“No DFC, nós temos dois produtos que podem apoiar empresas brasileiras que buscam adquirir a nova tecnologia. Temos financiamento através de equity [aporte direto] e financiamento. 

E esses produtos estão disponíveis para as empresas brasileiras”, afirmou nesta terça-feira (20) Sabrina Teichman, diretora do DFC, quando questionada sobre o tema.

Teichman integra uma comitiva de alto nível do governo Trump no Brasil entre segunda (19) e terça (20) para encontro com autoridades brasileiras e para o anúncio de protocolos de facilitação de comércio.

O argumento dos americanos é que a Huawei repassa informações sigilosas para o governo chinês, o que ameaça a segurança de dados do Brasil e a cooperação com os EUA.

Após o leilão, as operadoras deverão escolher seus fornecedores, numa disputa em que a Huawei é considerada competitiva e eficiente.

Ao colocar à disposição das teles brasileiras linhas de crédito de agências públicas, os americanos esperam reduzir a competitividade dos chineses e levar as empresas a optar por fornecedores como a sueca Ericsson ou a finlandesa Nokia.

Questionada sobre quanto estaria disponível para essas operações no Brasil, Teichman argumentou que depende da demanda do setor privado, mas que o DFC tem uma carteira global de US$ 60 bilhões que podem ser usados para esse fim.



FOLHA DE SÃO PAULO
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