Falta de regulamentação para home office faz
disparar ações na Justiça.
No período de março a setembro, número de processos subiu quase 263%;
para especialistas, faltam regras mais claras para o trabalho remoto.
O aumento da adesão das empresas ao home office por
causa da pandemia fez disparar o número de ações nas Varas de Trabalho.
No
período de março a setembro deste ano, o número de processos subiu quase 263%,
em comparação com o mesmo período de 2019.
Para especialistas, esse aumento se deve à falta de
regras mais claras para a modalidade de trabalho, que leva insegurança jurídica
tanto para empresas como para funcionários.
A
necessidade de assegurar os direitos dos trabalhadores fez com que o Ministério
Público do Trabalho (MPT) divulgasse uma série de recomendações em relação ao home office.
Entre os pontos estão registro do contrato por escrito, parâmetros da
ergonomia, pausas para descanso e adaptação, oferecimento de suporte
tecnológico, prevenção de acidentes de trabalho e respeito à jornada de
trabalho.
No
entanto, essas indicações não têm força de lei, mas serão uma espécie de
roteiro utilizado pelo MPT para as denúncias envolvendo a modalidade de
trabalho.
O home
office, que antes da Covid-19 abrangia ainda poucas empresas no país e era
implantado alguns dias da semana, acabou sendo a saída encontrada pelos
empregadores durante a pandemia para manter as atividades e evitar o risco de
contaminação dos trabalhadores.
No entanto, o MPT vê a modalidade como um
desafio, já que em muitas empresas o teletrabalho poderá passar de emergencial
para permanente, o que reforça a necessidade de fiscalização.
De
acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE,
em setembro, havia 7,9 milhões de pessoas trabalhando remotamente - 9,5% da
população ocupada no período, de 82,9 milhões.
G1