BOLSA


Bolsa inicia semana sob pressão da alta dos juros nos EUA.

Wall Street afunda em meio a preocupações com Fed e crise entre Rússia e Ucrânia.

Investidores iniciaram a semana liquidando ações na Bolsa de Valores brasileira, cujo principal índice, o Ibovespa, recuava 1,34%, a 107.773 pontos, às 12h47 desta segunda-feira (24). 

O dólar subia 0,56%, a R$ 5,4860. Após duas semanas com altas na contramão das baixas no exterior, a correção do mercado doméstico é esperada por analistas.

Notícias indigestas para os negócios globais são esperadas para os próximos dias. 

A principal delas pode ser o pronunciamento do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) nesta quarta-feira (26).

A autoridade monetária deverá anunciar os passos seguintes das suas ações contra a inflação nos Estados Unidos. 

O temor de altas agressivas nos juros vem derrubando os principais índices de Wall Street desde o final do ano passado.

Os principais índices de ações em Nova York abriram a sessão em forte queda. O S&P 500, indicador de referência do mercado americano, caía 2,20%. O Dow Jones recuava 1,46%.

A Nasdaq, bolsa que concentra empresas de tecnologia, desabava 2,45%. Juros mais altos afetam mais esse mercado porque ele possui mais companhias em formação de caixa e, portanto, que dependem mais de crédito.

A maior pressão negativa para a abertura do Ibovespa nesta semana, porém, vinha da queda dos contratos do minério de ferro, contrariando o movimento de altas das últimas semanas que impulsionaram o mercado doméstico. 

A Vale exercia a maior pressão negativa sobre a Bolsa nesta segunda.

No cenário político, o presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve no Orçamento de 2022 uma reserva de R$ 1,7 bilhão para reajustar salários de servidores. 

Bolsonaro havia prometido dar o aumento a policiais federais, categoria que pertence à base eleitoral dele. 

Essa promessa vem gerando mobilizações de diversos setores do funcionalismo.

Aumentos dos gastos públicos podem pressionar Bolsa e câmbio devido à percepção de investidores sobre o crescimento do risco fiscal, ou seja, de que o país terá dificuldade para cumprir seu Orçamento.

O mês de janeiro vem apresentando recorde de investimentos estrangeiros, com cerca de R$ 15 bilhões aportados. 

Analistas avaliam que houve um movimento rebalanceamento de portfólio no exterior.

Investidores buscam se reposicionar nos mercados globais diante das expectativas de que as principais bolsas dos Estados Unidos e da Europa passarão longe de repetir os ganhos registrados em 2021.



FOLHA DE SÃO PAULO
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