Benefícios previdenciários agravam déficit
O FMI estima que a dívida brasileira passará para 87,6% do PIB este ano,
vindo de 84,7% em 2023.
Até 2029, chegaria a 97,6% do PIB, uma escalada, em
cinco anos, de dez pontos percentuais.
A dívida dos emergentes (exceto Brasil)
deve ter aceleração bem mais suave entre 2023 e 2024, de 67,5% para 68,6% do
PIB, e avançar um pouco menos até 2029 - 9,1 pontos, para 77,7%.
Ao trazer esses números do FMI, o jornal noticia também que, em
setembro, o governo central teve déficit de R$ 5,3 bilhões, o que fez com que o
resultado acumulado do ano ficasse negativo em R$ 105,2 bilhões, segundo
relatório divulgado ontem (7).
Mas o mesmo jornal noticiou também ter o secretário do Tesouro
Nacional, Rogério Ceron, antecipado que o governo central deve registrar
superávit primário de quase R$ 40 bilhões em outubro, ajudando no objetivo de
terminar o ano dentro da banda de tolerância da meta de resultado primário.
As despesas totais do governo central em setembro registraram aumento
real de 1,4%, o equivalente a R$ 2,3 bilhões na comparação com o mesmo mês do
ano passado.
O aumento foi explicado pela antecipação no pagamento de R$ 4,3
bilhões de precatórios federais do Rio Grande do Sul previstos só para 2025.
Também houve crescimento real nas despesas com Benefício de Prestação
Continuada (BPC), de R$ 1,1 bilhão, e de R$ 2,8 bilhões em benefícios
previdenciários.
Na direção contrária, houve redução de R$ 3,7 bilhões nas
despesas discricionárias, com queda mais relevante na função saúde (-R$ 2,5
bilhões).
E de outra fonte vem o comentário do ex-Ministro Henrique Meirelles,
segundo quem a vitória de Donald Trump nos EUA
não preocupa mais do que o ajuste fiscal necessário para conter o avanço da
dívida pública brasileira.
Nos últimos dez anos, a dívida pública saltou de R$ 2,7 trilhões, 53,7%
do PIB, para R$ 8 trilhões, o 74,4%. Cálculos da IFI (Instituição Fiscal
Independente) do Senado indicam que ela pode romper a barreira de 80% do PIB
neste ano.
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